| Foto: Arquivo da família

O apito soava distante e já era possível avistar o cone de fumaça subindo em direção ao céu. Em pouco tempo, os trilhos tremiam e o trem chegava à estação. Essa sequência foi vivida por Nelson Costa Claro durante 35 anos, período em que ele trabalhou na extinta Rede Ferroviária Federal, em Maringá, no Noroeste do Paraná. Paulista de Avaí, chegou à “Cidade Canção” com a mulher, Dahilde, e três filhos, depois de uma rápida passagem por Sarandi, município vizinho, onde aprendeu o ofício de serralheiro.

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A oportunidade como ferroviário deu a ele o primeiro e único registro na carteira de trabalho, garantindo o sustento da família que logo aumentaria – e muito. Ao todo, 12 filhos nasceram. Com a casa cheia, Nelson não podia se dar ao luxo de dispensar as ofertas de horas extras e trabalhava de sol a sol. Por isso passava pouco tempo com as crianças. Mesmo assim, mantinha a rédea curta, conta Cida Claro, uma das filhas de Nelson.

“Ele chegava do trabalho e assoviava antes mesmo de entrar em casa. Aquele era o sinal para encerrar a brincadeira na rua e ir para dentro”. Mesmo passando pouco tempo juntos, todos se viam praticamente o dia inteiro. O quintal da casa deles era o pátio da ferrovia. Bastava esticar o pescoço, espremer os olhos e lá estava o pai trabalhando a todo vapor.

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A recompensa por tanto esforço era dada uma vez por ano, quando todos da família viajavam para visitar parentes no interior paulista. “Como meu pai era funcionário, não pagávamos passagem. Viajamos muito”, relembra a filha.

Com dedicação e mais experiência, o funcionário exemplar também foi galgando novos cargos até se tornar chefe de estação. Ele era apaixonado pelo trabalho e afirmava que só largaria o posto depois que a idade chegasse. E, de fato, nenhum motivo o fez mudar de ideia, nem mesmo a triste tarde em que ele perdeu um dos filhos no local de trabalho. Adelson, o terceiro filho, havia levado o café da tarde, assim como era feito diariamente. Na hora de retornar para casa, parou para brincar nos trilhos e foi atropelado por um trem. “Aquilo marcou muito, mas ele não desistiu e superou”, afirma a filha.

Outro episódio também marcou a trajetória do patriarca na estação ferroviária. Em maio de 1957, durante uma apresentação da Esquadrilha da Fumaça, um avião caiu sobre a caixa d’água da estação – a poucos metros do posto de trabalho de Nelson. Com a explosão, o piloto e o copiloto morreram. O susto deixou Nelson de cabelo em pé durante muito tempo.

O chefe da estação se aposentou no início da década de 1990. Ele e a mulher, então, mudaram para o Conjunto Borba Gato, um dos mais antigos e populosos da cidade. Com saúde, passaram a desfrutar da justa tranquilidade da terceira idade. “Ele aproveitou para curtir. Viajou muito com a minha mãe, até mesmo de avião, depois que o medo passou”.

A estação foi desativada no início dos anos 2000. No local, começou a crescer o Novo Centro de Maringá. Cida conta que os olhos do pai demonstravam um misto de tristeza e de saudade quando passava no antigo local de trabalho.

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Os dias do ex-ferroviário começaram a ficar mais tristes em 2009, quando a companheira fez uma viagem sem volta. Outros três filhos também faleceram nesse período. Há dois anos teve um câncer na bexiga, mas se curou após uma cirurgia. Morando sozinho, por opção, continuou cuidando da casa e recebendo a “filharada”, com netos e bisnetos. “Ele se mantinha ativo. Chegamos a ir de excursão para Itapema [no Litoral catarinense]”, relembra-se Cida.

Em outubro do ano passado, o quinto filho de Nelson morreu. Com mais uma perda, o patriarca sucumbiu à tristeza e entrou em depressão. Em fevereiro deste ano, o câncer voltou e evoluiu para metástase. Fraco e já sem se alimentar, foi internado no Hospital Santa Rita, em Maringá, em 3 de julho. Faleceu no dia seguinte. Deixa sete filhos, mais de 40 netos, 24 bisnetos e um trineto.

Dia 4 de julho, aos 89 anos, em decorrência de câncer, em Maringá.

Lista de falecimentos - 18/09/2015

Adão Batista Gomes, 57 anos. Filiação: Dimas Batista Gomes e Balbina Amaral Gomes. Sepultamento ontem.

Anderilde Oliveira Gardi, 81 anos. Profissão: professor. Filiação: Epaminondas de Oliveira e Clélia Paganelli. Sepultamento hoje, no Cemitério Parque Iguaçu.

Antônio Soares, 67 anos. Profissão: porteiro. Filiação: Vergilio Soares e Benedita Soares. Sepultamento ontem.

Barbara Krystyna Nota, 73 anos. Profissão: empresário. Filiação: Tadeusz Tymowicz e Natalja Tymowicz. Sepultamento ontem.

Basílio Hort, 85 anos. Profissão: almoxarife. Filiação: José Hort e Sophia Hort. Sepultamento ontem.

Bruno Camargo da Silva, 23 anos. Profissão: servente. Filiação: Eva Camargo da Silva. Sepultamento ontem.

Cláudio Eduardo Tesch, 50 anos. Profissão: auxiliar. Filiação: Edgard Tesch e Orlis Anna Tizzot. Sepultamento ontem.

Denizar Carvalheiro, 86 anos. Profissão: mecânico. Filiação: Romão Carvalheiro e Germinia Carvalheiro. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal Água Verde.

Dinalva Rodrigues de Abreu Barreto, 64 anos. Profissão: cozinheira. Filiação: Frederico de Abreu e Nadir Rodrigues de Abreu. Sepultamento ontem.

Erci Oliveira Gaio, 67 anos. Profissão: do lar. Filiação: Ovídio José de Oliveira e Arlinda de Oliveira. Sepultamento ontem.

Erika Regina Farinon, 33 anos. Profissão: bancária. Filiação: Alceu Afonso Farinon e Lúcia Helena Farinon. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal Água Verde.

Ernani Conceição dos Santos, 30 anos. Profissão: pedreiro. Filiação: Rosemiro Rodrigues dos Santos e Sônia Aparecida Conceição. Sepultamento ontem.

Flávio Roberto Almeida Lemos, 51 anos. Profissão: psicólogo. Filiação: Martinho Matos Lemos e Levi Carneiro de Almeida Lemos. Sepultamento hoje, em local a definir.

Francisco Cândido do Nascimento Neto, 69 anos. Filiação: Joaquim Cândido do Nascimento e Odoria Pinto. Sepultamento hoje, no Cemitério Parque Memorial Graciosa, em Quatro Barras.

Gabriela Damasceno Souza, 2 dias. Filiação: Rodrigo da Silva Souza e Nathalie Helena Coelho Damasceno Souza. Sepultamento ontem.

Geni Camargo Mendes, 77 anos. Filiação: Francisca Maria Camargo. Sepultamento hoje, em local a definir.

Guido Basso, 90 anos. Profissão: autônomo. Filiação: Cyrilo Basso e Adélia Manesco. Sepultamento ontem.

Hamilton Baroni, 75 anos. Profissão: comerciante. Filiação: Alfredo Baroni e Liduina Baroni. Sepultamento hoje, no Cemitério Paroquial São Marcos.

Heitor Cavalli, 72 anos. Profissão: contador. Filiação: Pedro Guilherme Cavalli e Francisca Helena Cavalli. Sepultamento hoje, em local a definir, saindo de local a ser designado.

Helen Cris Evangelista, 17 anos. Profissão: estudante. Filiação: Luiz Carlos Pereira Evangelista e Maria da Luz Furquim. Sepultamento hoje, em local a definir.

Herlei José Volpe, 78 anos. Profissão: advogado. Filiação: André Volpe e Rosa Tranquila Bonato Volpe. Sepultamento ontem.

Isaias de Souza Silva, 60 anos. Profissão: motorista. Filiação: Sebastião Figueira da Silva e Irene Nazaré de Souza e Silva. Sepultamento hoje, em local a definir, saindo de local a ser designado.

João Batista Ferreira, 66 anos. Profissão: auxiliar. Filiação: Lázaro Ferreira e Maria Feliciana Ferreira. Sepultamento ontem.

João Ferreira da Silva, 59 anos. Profissão: servente. Filiação: Miguel Ferreira da Silva e Belmira Alves Cardoso. Sepultamento ontem.

João Maria de Andrade, 84 anos. Profissão: auxiliar de serviços gerais. Filiação: Joaquim Ferreira de Andrade e Ana Maria Cypriana. Sepultamento ontem.

João Pedro Kendy Egashira Sato, 12 anos. Profissão: estudante. Filiação: Mário Paulo Sato e Denise Yoshica Egashira. Sepultamento hoje, em local a definir, saindo da Capela do Cemitério Parque das Oliveiras, em Londrina.

Josiel Barbosa, 33 anos. Filiação: Alexandre Barbosa e Santina Ricardo Barbosa. Sepultamento hoje, no Cemitério Paroquial Colônia Orleans.

Lourena Gibson, 54 anos. Profissão: vendededora. Filiação: Sebastião Senem e Santina Senem. Sepultamento hoje, no Cemitério Paroquial Colônia Orleans.

Lúcia Soares Ostachevski, 54 anos. Profissão: agricultor. Filiação: Izaltino Soares e Quintilha Malaquias. Sepultamento ontem.

Luíza Sabino Jacintho da Silva, 69 anos. Profissão: do lar. Filiação: Antônio Verissimo Jacintho e Sabina Joana da Conceição. Sepultamento ontem.

Luzia dos Santos Silva, 63 anos. Profissão: técnico em enfermagem. Filiação: José Ernesto dos Santos e Rosa Carriel dos Santos. Sepultamento hoje, no Cemitério Paroquial Campo Comprido.

Maria Celeste Severino Wal, 84 anos. Profissão: do lar. Filiação: David Gomes Severino e Georgina de Lima Brazao. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal Boqueirão.

Maria de Lourdes Barth, 54 anos. Profissão: empresário. Filiação: Francisco Zbonek e Terezinha Zbonek. Sepultamento ontem.

Maria de Lourdes Bino, 88 anos. Profissão: do lar. Filiação: Belarmino Bino e Otília Bino. Sepultamento ontem.

Olivir Custodio, 58 anos. Profissão: vistoriador. Filiação: Luiz Custodio Sobrinho e Ana Teodoro Pereira. Sepultamento ontem.

Osvaldo dos Santos Hellvig, 73 anos. Profissão: vendedor. Filiação: Manoel dos Santos Hellvig e Avelina Bandeira dos Santos. Sepultamento hoje, no Cemitério Pedro Fuss, em São José dos Pinhais.

Roberto do Carmo Bestel, 79 anos. Profissão: motorista. Filiação: José Bestel e Lúcia Bestel. Sepultamento ontem.

Sebastiana Miranda de Lima, 82 anos. Profissão: do lar. Filiação: João Domingos de Miranda e Benedita Nunes de Miranda. Sepultamento hoje, no Cemitério Paroquial Umbará.

Sônia Regina da Silva, 61 anos. Profissão: assistente. Filiação: Elias Anati e Maria Rosa Tirona. Cerimônia hoje, no Crematório Vaticano.

Thereza Senna Calderari, 93 anos. Filiação: Francisco Calderari e Rachel Senna Calderari. Sepultamento ontem.

Therezinha de Moraes Torres, 86 anos. Profissão: professora. Filiação: Alfredo de Moraes e Silva e Maria de Lourdes Lobato Moraes e Silva. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal Água Verde.

Welton Simão de Almeida, 23 anos. Profissão: servente. Filiação: Eloir de Almeida e Marli Simão. Sepultamento hoje, no Cemitério Pedro Fuss, em São José dos Pinhais.

Willian Felipe Moreira, 18 anos. Profissão: vendedor. Filiação: Neusa Moreira. Sepultamento hoje, no Cemitério São Roque, em Piraquara.