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José Félix Domakoski: especialista em carnes e em informática
| Foto: Arquivo da família

Se os moradores do Bigorrilho e região têm churrasco saboroso ao alcance no final de semana, em grande parte isso é "culpa" de José Félix Domakoski, que administrava a conhecida casa de carnes curitibana até seu falecimento aos 62 anos, no dia 10 de agosto, em decorrência de complicações de um câncer no fígado. O açougue cinquentenário que leva o sobrenome da família ganhou versão de assados pelas mãos de José. Mãos que não se dedicavam apenas às grelhas, mas à informática, à programação e ao ensino.

Após trabalhar alguns anos no açougue do irmão no Centro, o pai de José Félix, Félix Domakoski, abriu seu próprio negócio, que mudou algumas vezes de endereço até, na década de 60, tornar o Bigorrilho o lar definitivo do açougue. Em 1979, com o falecimento do patriarca, o estabelecimento passou a ser gerido pelo irmão de José Félix, com a família toda envolvida.

Apesar de desde sempre serem feitos churrascos despretensiosos em frente ao comércio aos finais de semana, foi com José - ou Zezo, como era chamado - que a casa de carnes colada ao açougue passou a funcionar oficialmente, nos anos 90. A qualidade da carne e os cortes especiais que já faziam sucesso vendidos crus, caíram nas graças de quem confiava aos especialistas em brasa o seu assado de domingo.

Hoje, o cardápio é variado. “Começamos fazendo uma costela, um carneiro, algo mais simples. Com o tempo fomos inserindo novos pratos, novas carnes. Como o nosso foco sempre foi a carne assada, a gente mantinha os acompanhamentos de forma simples, mas aumentando o cardápio de assados”, explica o filho Bernardo Skroch Domakoski, que trabalha na casa de carnes. Assim como ele, ao longo dos anos a filha, o genro e a nora de José também se envolveram com o ramo.

A intensa dedicação ao negócio era combinada com o trabalho com informática. Formado tecnólogo em Processamento de Dados pela UFPR em 1982, trabalhou como analista de sistemas desde jovem e foi gerente do Centro de Processamento de Dados (CPD) da PUCPR por mais de dez anos.

Sempre em busca de aperfeiçoamento, fez mestrado em Educação na PUCPR para poder desenvolver melhor o trabalho no CPD. Após se desligar do Centro, foi convidado pela instituição para dar aulas de informática, função que exerceu por vários anos. Também tinha uma empresa de informática que atendia principalmente escolas. A conexão com as máquinas e sistemas era tanta que virou até hobby. No tempo livre gostava de continuar fazendo programação.

Na personalidade, um homem simples. “Não era de muitas palavras, mas sempre foi muito generoso e amoroso”, lembra Bernardo. A família, inseparável no trabalho, também não se desgrudava nas férias. Tão logo surgia uma oportunidade, colocavam o pé na estrada para conhecer lugares novos com ares de aventura. Assim fizeram uma trilha de quatro dias em Machu Picchu, no Peru, foram para Ushuaia - extremo sul da América do Sul, na Argentina - de carro e conheceram chapadas brasileiras, Diamantina e dos Veadeiros. Mas um local turístico era seu destino preferido: Morretes, no litoral paranaense. Suas cinzas ficaram lá, no local onde mais gostava de ir. José Félix Domakoski deixa esposa e dois filhos.

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