Otacílio Campiolo era uma pessoa humilde, no sentido mais nobre que esse adjetivo possa ter. Não por causa de sua profissão: formado em História e em Direito pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), sempre se identificou como agricultor. O gesto explica sua personalidade de uma maneira que vai além do vocabulário, assim como as lições que deixou.
Ao contar sobre a trajetória do pai, Raineldes Campiolo é quem consegue explicar, com palavras, entonações e emoções os detalhes que compunham o agricultor, professor, advogado, esposo, pai, ser humano. Otacílio nasceu em 5 de outubro de 1933, na cidade de Potirendaba, interior de São Paulo, mas se tornou paranaense muito cedo. Por volta dos cinco anos, a família mudou para Rolândia, logo após a fundação do município. Junto com muitos outros grupos que começaram a chegar do estado vizinho, desbravam a mata nativa, ergueram casas e arrumaram um pedaço de terra para trabalhar. Assim, ele seguiu a profissão que aprendeu com o pai e os oito irmãos.
Foi durante esse tempo que Otacílio começou a construir valores importante e a perceber o que queria cultivar em sua vida: trabalho, estudo e família. Amadureceu e continuou a pensar dessa forma. E no meio disso, encontrou a pessoa que completaria esses sonhos. Com 21 anos, conheceu Jeanette Biondo. Se apaixonaram e casaram em 1955. Como era de costume, o pai de Otacílio cedeu um pedaço de terra e a família Campiolo passou de dois para nove membros. O casal teve sete filhos: Libania, Cristina, Manoel, Maurício, Raineldes, Raquel e Sofia.
O gosto pelos estudos sempre esteve presente na rotina na família. Mesmo no sítio, que ficava longe da área urbana de Rolândia, Otacílio achava uma maneira de trazer cultura para dentro de casa. “Ele sempre gostou muito de estudar, de ler. Quando voltava com alguma compra, os produtos sempre estavam embrulhados em um pedaço de jornal, ou uma folha com alguma informação. Mesmo que fosse só um pedaço, ele parava e lia”, conta a filha.
E foi por isso que, em 1964, se mudou com a família da zona rural para a área urbana de Rolândia. Queria oferecer aos filhos a educação de qualidade que sempre valorizou. As crianças foram para a escola. E ele também. Fez o “madureza” (algo como o ensino médio para jovens e adultos de hoje em dia), completou essa etapa dos estudos e não parou mais. Primeiro veio a Licenciatura em História, em 1971, depois, o Bacharelado em Direito, em 75. Foram anos na rotina de trabalhar no sítio, voltar para casa, tomar banho e viajar até Londrina.
Foi então que chegou a hora de finalmente fazer uso dos diplomas. Foi professor de História e também atuou como advogado, mas o gosto pela terra e os conhecimentos que aprendeu com a família nunca deixaram o agricultor. Foi presidente do Sindicato Rural de Rolândia e trabalhou na Federação da Agricultura do Estado do Paraná.
A verdade é que, mais do que uma profissão, Otacílio queria compartilhar conhecimento. Curioso, gostava de aprender e explorar o que pudesse. E ele sabia que conseguia isso perto de sua família. Desde cedo, sem ir à escola, aprendeu a falar italiano. Ouvindo o rádio com os irmãos, conseguia cantar tangos italianos com perfeição. E foi assim também que ele conheceu o canto, sua outra paixão. Ele associou o aprendizado aos bons momentos que viveu com seus entes queridos. Quanto mais aprendia, mais reforçava os laços com quem tinha o seu sangue.
Otacílio na Itália
“Ele tinha uma preocupação grande com a origem dele, queria saber da família na Itália e em Portugal”, conta Raineldes. “No começo a gente não conseguia nada, mas, com a internet, encontramos uns parentes”. Em 2004, por volta dos 70 anos, Otacílio foi até à Itália para conhecer ainda mais sobre sua origem. Depois da primeira, vieram várias viagens. Chegou a conhecer a casa onde sua mãe nasceu, numa aldeia em Portugal. Em cada roteiro, ficava mais forte a emoção de saber quem era, e também que sua história já existia há bastante tempo e continuaria por muito anos mais.
Otacílio teve a graça de conseguir encontrar uma lição especial em cada detalhe da vida. A maioria delas foi parar num livro. Nesse meio tempo, teve câncer de próstata, que foi tratado, mas a doença voltou e ele teve metástase. Terminou a obra, que agora está com as filhas. O livro vai ser lançado, mesmo que só para os familiares.
Num trecho de sua narrativa, ele conta: “[...] com os pés descalços e os braços nus, com bolsas feitas com panos de saco de açúcar para levar os poucos cadernos e escassos livros, caminhávamos alegres e felizes com a certeza de que nossos pais, ao aventurarem-se como desbravadores de novas terras, o faziam pensando e acreditando que estavam a construir o futuro deles e, principalmente, o nosso e de nossos filhos. Ninguém se fazia vítima da sorte. Cada um assumia o papel de senhor do seu destino [...]”.
Otacílio Campiolo deixa esposa, sete filhos, 18 netos, nove bisnetos (a 9.ª está a caminho) e um irmão.
Lista de falecimentos
Alzira da Silva Hornung, 76 anos. Filiação: Procópio Manoel da Silva e Francisca Delee da Silva. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal Boqueirão, saindo da capela número 01.
Amélia Zanferari Ferrari, 94 anos. Profissão: do lar. Filiação: Batista Zanferari e Constantina Generali Zanferari. Sepultamento ontem.
Ângela Regina Eidam Bueno, 51 anos. Profissão: agricultor. Filiação: Alfredo Eidam e Alaides Rupel Eidam. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal da cidade de origem, saindo da Capela Luterana de Ivaí.
Antônio Valdemar Tabert, 57 anos. Filiação: Friedrich Ferdinad Oskar Tabert e Esmeralda da Costa Tabert. Sepultamento hoje, no Cemitério Paroquial Umbará, saindo da Capela Mortuária Caximba.
Athos Pereira Jorge, 85 anos. Profissão: advogado. Filiação: Alvaroa Colgan Pareira Jorge e Astra de Paola Pereira Jorge. Sepultamento ontem.
Castorina Taborda Iucksch, 81 anos. Profissão: do lar. Filiação: José Floriano Iucksch e Maria Otília Iucksch. Sepultamento ontem.
Cláudia dos Santos Fonseca, 42 anos. Profissão: do lar. Filiação: Reinaldo Vieira da Fonseca e Silvanira Gonçalves dos Santos Fonseca. Sepultamento ontem.
Claudinei Silva Pereira, 38 anos. Profissão: cobrador de ônibus. Filiação: Israel Dias Pereira e Ana Silva de Jesus Pereira. Sepultamento hoje, no Cemitério Universal Necrópole Ecumênica Vertical, saindo da capela municipal de Fazenda Rio Grande.
Clea Aparecida Cavalheiro de Meira, 72 anos. Filiação: Euclides Cavalheiro de Meira e Julieta Leal Cavalheiro de Meira. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal da cidade de origem, saindo de residência.
Fernando Rodrigo Moleta, 33 anos. Profissão: motorista. Filiação: Sérgio Vicente Moleta e Maria Sueli Popovirz Moleta. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal da cidade de origem, saindo da Capela Berti em São José dos Pinhais.
Gabriella Carine Pereira, 20 anos. Profissão: estudante. Filiação: José Ademir Pereira e Eliane Haao Pereira. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal da cidade de origem, saindo da Capela Mortuária Canoinhas.
Helena Wozniak, 91 anos. Profissão: do lar. Filiação: Josef Melniczuk e Maria Melniczuk. Sepultamento hoje, Crematório Vaticano, saindo da Capela Vaticano - Rubi.
Horst Otto Judt, 78 anos. Profissão: engenheiro. Filiação: Gottlieb Otto Judt e Anna Marie Judt. Sepultamento ontem.
Irene Stati Barboza, 89 anos. Profissão: costureiro. Filiação: Nicola Stati e Antônia Monfrin. Sepultamento ontem.
Ivone Benvinda da Cruz, 69 anos. Filiação: Pedro Damásio da Cruz e Iraci dos Santos. Sepultamento ontem.
Izaura Costa, 89 anos. Profissão: do lar. Filiação: João Costa e Izaura Franca da Costa. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal Água Verde, saindo da Capela Liberdade.
Jair Domingos da Silva, 62 anos. Profissão: pedreiro. Filiação: Gilo Domingos da Silva e Crispiana Francisca da Silva. Sepultamento ontem.
Leony Ignez de Freitas Fernandes, 83 anos. Profissão: funcionário público federal. Filiação: Borges Novatzki e Helena Rosa Trevisan Novatzki. Sepultamento ontem.
Lia Carla Gomes, 56 anos. Profissão: gerente administrativo financeiro. Filiação: Walfrido Gomes e Lindamir Portes Gomes. Sepultamento ontem.
Lúcia Ribeiro Manfron, 87 anos. Profissão: funcionário público estadual. Filiação: Manoel da Silva Lisboa e Maria Ribeiro. Sepultamento ontem.
Marcisa Ribeiro dos Santos, 35 anos. Profissão: diarista. Filiação: Aureo Chaves dos Santos e Emirena Ribeiro dos Santos. Sepultamento ontem.
Marcos Antônio Loyola de Oliveira Júnior, 29 anos. Filiação: Marcos Antônio Loyola de Oliveira e Zoli Catarina Zacharias de Oliveira. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal da cidade de crigem, saindo da Capela Mortuária de Ponta Grossa.
Maria Eusebia de Oliveira, 80 anos. Profissão: do lar. Filiação: José Landim de Oliveira e Maria Euzebia de Oliveira. Sepultamento hoje, Universal Necrópole Ecumênica Vertical, saindo do mesmo local.
Marlene Chinke Oliveira, 60 anos. Profissão: auxiliar cozinha. Filiação: Pedro Chinke e Marcilia Chinke. Sepultamento ontem.
Moisés Elivelton Rosner de Oliveira Souza, 4 anos. Filiação: Alberto de Oliveira Souza e Juraci Rosner de Oliveira Souza. Sepultamento sexta-feira, 21 de julho de 2017, Cemitério Jardim Independência em Araucária, saindo da residência.
Neide Aparecida Guilherme, 57 anos. Profissão: do lar. Filiação: José Guilherme e Ana Maria Guilherme. Sepultamento segunda-feira, 24 de abril de 2017 às 10h, no Cemitério Municipal da cidade de origem, saindo da Capela Mortuária de Fazenda Rio Grande.
Olavo Gaspar da Rocha, 78 anos. Profissão: agricultor. Filiação: Manoel José da Rocha e Laura Gaspar da Rocha. Sepultamento ontem.
Osni Siqueira Filho, 40 anos. Profissão: musico. Filiação: Osni Siqueira e Jurema Martins Siqueira. Sepultamento ontem.
Paulo Aldo do Amarante, 59 anos. Profissão: segurança. Filiação: Aldo Ivo Sobrinho e Maria Marta de Souza. Sepultamento ontem.
Paulo Tadeu Graciano, 53 anos. Profissão: economista. Filiação: Antônio Aluizio Graciano e Ludmila Krauczwk Graciano. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal do Boqueirão, saindo da capela número 04 do Cemitério Municipal Água Verde.
Raul de Souza, 91 anos. Profissão: jardineiro. Filiação: Domingos Sipriano de Souza e Rosa Sipriano de Souza. Sepultamento hoje, Cemitério Paroquial Nossa Senhora do Rosário, em Colombo, saindo da Igreja Assembléia de Deus do Santa Cândida.
Renilto Nilson Aguiar, 49 anos. Profissão: pedreiro. Filiação: João Batista Aguiar e Nair Costa Faria de Aguiar. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal de Quatro Barras, saindo da capela municipal.
Rivadar da Silva Souza, 76 anos. Profissão: operador. Filiação: Serzedelo da Silva Souza e Maria Elidia de Jesus. Sepultamento ontem.
Rodrigo Araújo Lima, 31 anos. Profissão: administrador. Filiação: José da Silva Lima e Maria das Neves Araújo Lima. Sepultamento ontem.
Rosana de Fátima Buchner, 55 anos. Profissão: do lar. Filiação: Adão Irineu de Campos e Silvalina Ribeiro de Campos. Sepultamento ontem.
Sidinha Lara de Oliveira, 97 anos. Profissão: do lar. Filiação: Antônio dos Santos Lara e Francisca Dias de Lara. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal Água Verde, saindo da capela número 03.
Tacilia Solange Simões, 76 anos. Profissão: vendedora. Filiação: José Lino e Marta Maria de Jesus. Sepultamento hoje, no Crematório Vaticano, saindo da Capela Vaticano - Esmeralda.
Tereza Martins, 71 anos. Profissão: do lar. Filiação: Leonor Martins. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal de Campo Magro, saindo da Capela do Jardim Cecília em Campo Margro.
Vanilda da Graça Silveira, 76 anos. Profissão: do lar. Filiação: Antônio Domingos Silveira e Francisca Henriqueta da Silva. Sepultamento ontem.
Vilma Maria Roth, 70 anos. Profissão: do lar. Filiação: Willy Fritz Roth e Maria Richter Roth. Sepultamento ontem.
Waldemar Merbold, 93 anos. Filiação: Alfredo Mili Merbold e Eva Hock Merbold. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal do Água Verde, saindo da capela número 02.
Wanderley Camilotti Tapias, 44 anos. Profissão: garçom. Filiação: Claudir Camilotti Tapias e Ivone Barbosa Tapias. Sepultamento ontem.
Willy Robson Geraldo, 24 anos. Profissão: eletricista. Filiação: Walquir Luiz Geraldo e Terezinha Craveiro Geraldo. Sepultamento ontem.
Zolmira Nadalin Biscaia, 95 anos. Profissão: do lar. Filiação: Domingos Nadalin e Angelina Nadalin. Sepultamento hoje, no Cemitério Paroquial Umbará, saindo da capela número 01 do Cemitério Municipal Água Verde.
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