Com a falta de chuva que já chega a três semanas no Paraná, surge a preocupação com o abastecimento de água na capital paranaense. Desde que o inverno começou, um sistema de alta pressão impede o avanço das frentes frias que têm chegado ao país pelas fronteiras do Rio Grande do Sul, mantendo o tempo seco e as temperaturas elevadas. Mas, apesar da secura e da estiagem, Curitiba e Região Metropolitana não devem sofrer com o abastecimento ou racionamento de água neste ano.
Segundo a Sanepar, as barragens que abastecem a capital estão com o nível aproximado de 83% de sua capacidade total. Embora as imagens mostrem os pontos com nível de água mais baixo, o órgão responsável pelo abastecimento explica que esse volume é considerado normal e, supondo que não chova o segundo semestre inteiro, a água disponível ainda é capaz de garantir o abastecimento da capital e de cidades vizinhas.
Leia mais: “Bolha” impede chegada de frente fria e deixa Curitiba sem chuva há quase um mês
Ao todo, são quatro grandes reservatórios de água que abastecem a região. Na quarta-feira (18), o Piraquara I estava com 93,32% de sua capacidade e o Piraquara II com 100%. Eles são utilizados como uma espécie de reserva estratégica para Sanepar, que utiliza as represas do Passaúna e do Iraí como fontes principais de abastecimento. De acordo com a Sanepar, o Passaúna está praticamente cheio (93,25%) e a do Iraí, a maior de todas, opera com 66,45% de sua capacidade total.
Para Antônio Carlos Gerardi, gerente da estatal, os usuários não precisam se preocupar com uma possível crise hídrica. “Pode ocorrer falta de água em determinadas regiões ou bairros por causa de obras, manutenção e ligações de rede da Sanepar. No mais, não há com o que se preocupar”, garante.
Veja também: Saiba o que fazer e qual delegacia procurar quando uma pessoa desaparece
Segundo ele, os níveis dos reservatórios nesses primeiros sete meses de 2018 estão semelhantes ao do mesmo período registrado em 2017. Além disso, o consumo de água teve uma queda de 0,97% em relação ao ano passado. Em 2017, o uso nesta época do ano havia sido 7% maior do que no comparativo com 2016. “As pessoas estão mais conscientes, economizando água”, explica. “E 2018 também foi um ano bem chuvoso. Isso tudo interfere para garantir a manutenção dos níveis dos reservatórios”, pondera o gerente.
O ano mais crítico em relação ao problema da falta de água com estiagem foi 2006, quando a represa do Iraí chegou a baixar 4,5 metros. Nessa época, ainda não havia a Piraquara II. No entanto, o Paraná não chegou a sofrer com o racionamento de água, enquanto outros estados se obrigaram a fazer um rodízio no abastecimento. Em 2018, tudo segue dentro do normal, ou seja, não faltará água.
Miringuava
Mesmo com as atuais represas dando conta do abastecimento, a Sanepar segue a construção do reservatório do Miringuava, em São José dos Pinhais, que terá capacidade de 38 bilhões de litros de água (a represa do Iraí, a maior da região, armazena 58 bilhões). A primeira etapa do projeto deve ser concluída em março de 2019. Depois entra a segunda etapa, que está prevista para junho 2020, quando a represa deve ser inaugurada.
A Sanepar também já formou um grupo de estudos para dar início ao projeto da barragem do Rio Faxinal, na Fazenda Rio Grande, na RMC. “O planejamento é para que ela esteja pronta em 2030. A empresa se prepara para isso”, diz Antônio Carlos Gerardi.
Vossoroca
Na área de produção de energia por hidrelétricas, a Represa do Vossoroca, que abastece duas usinas administradas pela Copel, tem capacidade total para 38 milhões de m³ de água. Atualmente, ele conta com 16% dessa capacidade. Construída em 1946, a represa abastece as usinas Chaminé e Guaricana. O açude é utilizado para produção de uma parte da demanda por energia em Curitiba e Região Metropolitana e, por conta da bela paisagem e da fauna aquática rica em diversas espécies de peixes, se tornou ponto de pesca esportiva, recebendo centenas de turistas na alta temporada. Com as últimas secas registradas, porém, o local tem sido pouco frequentado.
A Copel atribuiu a falta d’água no Vossoroca à carência de chuvas dos últimos anos e afirmou que, mesmo com o volume reduzido a 16% do total, a geração de energia não está comprometida. A empresa também afirmou que tem adotado medidas para evitar que o nível da água caia ainda mais, reduzindo a produção pela metade na Usina Chaminé. A empresa esclarece que o controle da vazão é monitorado constantemente e feito por meio de sensores que medem o nível do reservatório, calculando em tempo real o volume de água que sai da represa.
Número de obras paradas cresce 38% no governo Lula e 8 mil não têm previsão de conclusão
Fundador de página de checagem tem cargo no governo Lula e financiamento de Soros
Ministros revelam ignorância tecnológica em sessões do STF
Candidato de Zema em 2026, vice-governador de MG aceita enfrentar temas impopulares