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Pacientes até de São Paulo têm procurado os postos e saúde de Curitiba para tomar a vacina da febre amarela. | André Borges/Agência Brasília
Pacientes até de São Paulo têm procurado os postos e saúde de Curitiba para tomar a vacina da febre amarela.| Foto: André Borges/Agência Brasília

O medo do avanço do surto da febre amarela e a proximidade do carnaval provocaram uma corrida às unidades de saúde de Curitiba, que, juntas, aplicaram 30 mil doses da vacina contra a doença só no mês de janeiro. O número só de janeiro supera em 675% o total de procura ao longo de todo o ano de 2017, quando 3.869 doses foram aplicadas. Até pessoas de outros estados, principalmente São Paulo, tem vindo a Curitiba buscar a vacina.

Apesar da disparada, a prefeitura garante ter estoque reforçado e reitera o pedido para que só busquem pela vacina quem realmente esteja com viagem programada para as áreas de risco - o que não é o caso de nenhum município do Paraná, já que o vírus não está circulando no estado.

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Até agora, apenas um caso de fere amarela foi confirmado em Curitiba, mas a doença não foi contraída no Paraná. A vítima foi uma mulher de 36 anos que contraiu o vírus em Mairimporã, na região metropolitana de São Paulo e epicentro do surto no estado vizinho. Ao voltar de viagem, no dia 30 de dezembro, ela se sentiu mal e, sabendo dos casos de Mairiporã, procurou o serviço médico em Curitiba e foi internada imediatamente, tendo alta dia 8 de janeiro.

Mesmo com a situação controlada em Curitiba, a população continua a se dirigir em peso aos postos da cidade, apelando muitas vezes até viagens que não existem. “Todo mundo que chega aqui vai para São Paulo. Não vai caber tanta gente assim lá não. Engraçado que quando o surto era em Minas, todo mundo ia viajar para Minas”, observa a enfermeira de uma das unidades visitadas pela reportagem.

Na Unidade de Saúde Ouvidor Pardinho, no Centro de Curitiba, a média de aplicação da vacina subiu de 50 para 500 por dia. A unidade é uma das poucas que não entrou no sistema de rodízio programdo pela prefeitura para evitar o desperdício das doses. Por isso, precisou estabelecer distribuição de senhas para dar conta da demanda.

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Com viagem marcada para Santos, no Litoral de São Paulo, a funcionária pública Celma Gonçalves, de 45 anos, chegou a desistir de esperar na fila no primeiro dia em que foi à unidade na busca pelo imunizante, há duas semanas. “A primeira vez que vim aqui tinha muita gente. Era fila e mais fila, uma loucura”, comentou. Apertada pelo prazo do efeito do imunizante – que só começa a ter efeito dez dias depois da aplicação - ela voltou à unidade sexta-feira passada (2) e encontrou um cenário bem mais tranquilo. “Acho que agora o medo das pessoas está passando porque foi tudo muito rápido aqui hoje”, disse.

O diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Alcides Oliveira, afirma que considera natural a grande quantidade de procura pela vacina, mesmo Curitiba não estando em área de risco, e descartou a possibilidade de um novo esquema de distribuição das doses. “A gente estava prevendo esse aumento e consideramos a procura normal diante do surto, mesmo não tendo casos aqui. Também teve muita gente buscando por causa do carnaval, naquela questão dos dez dias antes da viagem. Mas a gente em estoque e, conforme a necessidade, o estado vai repondo”, garantiu.

Recomendação

Atualmente, o Ministério da Saúde recomenda imunização para as pessoas de até 59 anos que vão viajar para áreas de riscos, como Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia, que têm enfrentado a epidemia da doença.

Entre 1º julho de 2017 a 30 de janeiro deste ano, o Brasil registrou 213 casos de febre amarela, sendo que 81 pessoas morreram em decorrência da doença.

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