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 | Fabio Conterno/Gazeta do Povo/Arquivo
| Foto: Fabio Conterno/Gazeta do Povo/Arquivo

A confirmação do 1°. caso de febre amarela no Paraná em quatro anos fez a procura pela vacina explodir em todo o estado. É que, por se tratar da forma silvestre da doença, o imunizante continua sendo a única forma de evitar a infecção. No entanto, moradores de cidades afastadas de florestas devem seguir em alerta: evitar acúmulo de água parada impede a procriação do Aedes aegypti, vetor não só da dengue, chikungunya, zika – com notificações crescentes desde a chegada do calor – como também o ciclo urbano da febre amarela – sem registro no Brasil desde 1942, mas ainda não erradicada.

Dessa forma, o velho hábito de ficar de olho no quintal do vizinho vira até orientação. A denúncia de locais suspeitos auxilia no trabalho de fiscalização dos agentes municipais e diminui as chances de proliferação de criadouros em potencial. Em Curitiba, a própria prefeitura reconhece que as queixas são muito importantes no trabalho das equipes. “Para a gente as denúncias são muito importantes porque a gente consegue ir numa situação em que realmente há um risco. Nós não temos como estar 100% do tempo em todos os lugares”, comenta a coordenadora do programa municipal de controle do Aedes aegypti, Tatiana Faraco.

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Como denunciar

O canal oficial para denunciar possíveis criadouros do Aedes, o mosquito da dengue, continua sendo a plataforma da Central 156, tanto via telefone com via internet. Por lá, é possível pedir orientações e também solicitar a inspeção em imóveis ocupados onde haja água limpa e parada em diversos tipos de reservatórios - como bacias e piscinas, por exemplo.

Pela internet, basta acessar a página do 156 exclusiva para receber esse tipo de denúncia e fornecer as informações solicitadas. O sistema também permite o envio de fotos do local que deve ser vistoriado. Mas também há o jeito tradicional, por telefone. Daí, é só discar 156.

Segundo a prefeitura, nenhuma queixa deixa de ser fiscalizada, mas as visitas são escalonadas de acordo com uma espécie de potencial de risco analisado individualmente pelas regionais da cidade. A média de atendimento para cada caso é de sete dias. “

Sete dias para atender uma denúncia é um período adequado”, afirma Tatiana. Conforme o Ministério da Saúde, o ciclo de vida do mosquito Aedes, desde o ovo até a fase adulta, leva de 7 a 10 dias.

Medidas

Remover o criadouro é a primeira ação dos agentes endêmicos que atendem a situações de denúncia. O protocolo determina ainda o envio de uma amostra das larvas encontradas para análise laboratorial e, dependendo do resultado, as equipes podem voltar ao local e aplicar um tratamento químico para evitar a proliferação de novos núcleos de larvas.

Mas nem toda situação é tão simples assim. Em imóveis onde não há responsáveis presentes, a fiscalização pode demorar bem mais do que sete dias.

Nesses casos, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) precisa acionar o departamento de Urbanismo do município, órgão que concentra as informações dos proprietários de terrenos e imóveis cadastrados na cidade. “ Eles fazem contato via telefone, localizam esse proprietário, e avisam. Em último caso pode ser enviada uma notificação via AR ou um auto, mas autorização judicial para entrar nesses locais é só em caso de emergência de saúde pública”, ressalta Tatiana.

Como o alerta para os casos de febre amarela estão concentrados à forma silvestre da doença - cujos vetores são os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, que vivem em áreas de floresta - , a prefeitura de Curitiba não tem nenhum plano de reforçar as fiscalizações pela cidade. Contudo, a SMS pondera que os trabalhos das equipes dentro do calendário normal continuam sendo suficientes em todo o município. “A gente trabalha de maneira intensa durante o ano todo. Claro que nesse período aumenta o numero de denúncias até porque a população fica mais alarmada,mas nem no inverno a gente diminui o nosso trabalho”, conclui a coordenadora.

Febre amarela em risco

A única forma de evitar a febre amarela em sua forma silvestre - a única em registro hoje - é a vacinação adequada. Quem viaja para áreas de riscos devem ainda redobrar os cuidados, como evitar o contato e a picada pelo mosquito por meio do uso de repelentes, roupas de proteção e uso de telas protetoras em portas e janelas.

No Paraná, o 1°. caso da doença desde 2015 foi confirmado na terça-feira (29) pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). A pasta identificou a situação no último sábado (26), no município de Antonina, no Litoral. A doença acometeu um jovem de 21 anos que nunca havia sido vacinado contra a febre amarela. Ele está internado no Hospital Regional do Litoral, e tem apenas sintomas leves.

O caso foi descoberto em meio a um mutirão de vacinação iniciado no Litoral após a confirmação de que a febre amarela causou a morte de três macacos na região. Vale lembrar que os macacos não transmitem a doença, apenas o mosquito é o vetor da doença.

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