Comerciantes da região da Boca Maldita, na Rua XV de Novembro, no Centro de Curitiba, estão apelando para odorizantes de ar para aplacar o fedor que domina a região. Problema de longa data no local, o forte mau cheiro vem dos bueiros da rede pluvial da cidade, que ficam abertos no calçadão e incomodam quem transita e trabalha por ali.
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Danilo Amâncio, vendedor de uma loja de roupas na região, conta que os proprietários do estabelecimento gastam a cada dois meses R$720 em sprays para tentar diminuir o cheiro, que, dependendo do dia, “fica insuportável”. A quantia se refere a refis para os seis odorizadores de toda a loja. “Muitos clientes acham que o cheiro ruim vem dos vendedores ou da loja, é bem chato”, reclama.
Além dos sprays, a loja também usa uma cortina de ar, expelida por dois aparelhos na entrada do comércio, que tentam manter o odor fétido longe.
Nem mesmo uma perfurmaria nos arredores se livrou do problema - que afeta diretamente a venda dos produtos. “Os clientes às vezes estão experimentando uma fragrância e o cheiro se mistura com o cheiro dos bueiros, é muito complicado”, explica Adriane Elias, gerente da loja há oito anos. Segundo Adriane, o problema do fedor existe desde sempre, mas piorou muito de um ano para cá.
Por se perturbarem com o cheiro, os próprios pedestres trocam a Rua XV por outras ruas próximas. A vendedora Juliana Pádua, que trabalha na região, conta que prefere andar mais do que enfrentar o cheiro ruim. “Tem dias que é insuportável, especialmente quando tá muito quente. Justamente quando quero passar por ali pra comprar um sorvete na lanchonete, acabo tendo que ir por outro caminho”.
O problema também é mais grave para lanchonetes em frente ao calçadão, aonde o fedor também chega. “Por ser um lugar que trabalha com comida é ainda pior, passa a impressão de que o ambiente não está limpo e a comida também não”, conta o atendente Luis Felipe Nascimento.
Em uma loja de óculos, por outro lado, muitas vezes os clientes nem chegam a entrar, como explica o gerente Otávio Lima: “As pessoas passam fazendo cara feia, nem param para olhar a vitrine, tudo por causa do cheiro. E os que entram sempre perguntam como a gente consegue trabalhar assim”. O estabelecimento também usa o sistema de cortinas de ar para tentar impedir o odor de entrar na loja.
De onde vem o cheiro?
Os gerentes da loja de roupas e da perfumaria afirmam já terem ligado para o número 156 - central de atendimento da prefeitura - reclamando sobre a situação. Até agora, porém, o caso não foi resolvido.
A prefeitura de Curitiba justifica que o odor pode ser decorrente de canalizações e redes de saneamento antigas e de difícil manutenção, situação que se agrava com o clima mais seco de inverno.
Para solucionar o problema, as secretarias municipais do Meio Ambiente e de Obras afirmam estar conversando com a Sanepar, já que há a possibilidade de haver ligações irregulares desembocando nas galerias. Além disso, segundo a administração, medidas como a lavagem mais constante dos calçadões já foram adotadas no início do ano para minimizar o desconforto dos frequentadores do local. A gerente da perfumaria, porém, diz que essa medida é uma solução apenas temporária. “Quando a prefeitura lavou a calçada da XV o problema melhorou momentaneamente, porque a água começou a correr por ali, mas logo voltou”, aponta Adriane.
Colaborou: Cecília Tümler
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