Tâmela Rodrigues Ribeiro estava de mudança, na última sexta-feira (21), quando passou por um terreno baldio na Rua Antônio de Felício, em Pinhais. Não viu nada de errado. Quando voltava para buscar mais coisas, notou algo de errado. Um embrulho, que pensou ser filhotes de cachorros abandonados. Quando chegou perto, viu que era uma criança.
Os 20 minutos que se seguiram foram os mais longos da sua vida. Tâmela não pensou duas vezes, e levou a criança para sua casa, onde um primo seu e a prima do seu marido ajudavam na mudança. Ele ligou para a Polícia Militar, que na hora acionou o Samu. Foi só em casa que eles viram se tratar não de um menino. E sim de duas meninas.
"A gente nem sabia se elas estavam bem [de saúde]. Na hora do nervosismo, os 20 minutos [até a ajuda chegar] pareceram uma eternidade", contou Tâmela, à Gazeta do Povo.
A policial Sueendy Leite Santana estava na equipe que atendeu a ocorrência, e conta que a chegada ao local foi muito emocionante. Ela está há quatro anos na PM, e não tem dúvidas de que este é um caso daqueles que marcam.
A emoção vale para todos os envolvidos no caso. Tâmela conta que "passou um filme na cabeça" quando viu se tratar de uma criança abandonada. Ela só conseguia pensar no seu filho, que tem cinco anos. "Vai ficar marcado para o resto da vida. É uma coisa que não tem explicação".
Ela chegou a visitar o Hospital Municipal de Pinhais, onde as meninas estão internadas, mas no horário não era possível fazer visitas. Mas foi informada, pela equipe médica, de que ambas passam bem. O que foi um alívio. As meninas foram achadas ainda com cordão umbilical, enroladas em um cobertor. Umas delas ainda "sujinha", com aspecto de que tinha acabado de nascer.
Para os policiais, o sentimento também foi de alívio. "Fiquei muito feliz de ver que elas estão bem. A primeira preocupação da equipe toda era saber se as bebezinhas estavam bem de saúde", conta Sueendy Leite Santana.
No sábado, as bebês receberam os nomes de Heloíse e Eloá. Internadas na UTI neonatal, as meninas passam bem, mas ainda devem ficar sob observação.
Os médicos do hospital acreditam que as recém-nascidas são prematuras, por causa das características de desenvolvimento do corpo. Informações como peso e medidas das bebês, porém, ainda não foram divulgadas.
Investigação
A investigação sobre a identidade de quem abandonou as bebês será conduzida pela Delegacia de Pinhais. Segundo informações da Polícia Civil, os procedimentos ainda estão em fase inicial. Possíveis testemunhas e a equipe que atendeu a ocorrência serão investigados. A polícia também procura imagens de câmeras de segurança que possam ajudar na resolução.
Populares teriam visto um carro prateado circular no local. A polícia garante que irá investigar, mas afirma que ainda é cedo para dizer que quem estava no veículo é um possível suspeito.
*Colaborou Cecilia Tumler
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