Fotos impressionantes da Represa Piraquara 1 e Passaúna mostram a gravidade da estiagem que atinge Curitiba e a região metropolitana. Por causa da escassez de chuvas acima da média mensal, o Paraná sofre para dar conta do abastecimento de água e a Companhia Paranaense de Saneamento (Sanepar) alerta que economizar no consumo é questão de emergência.
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As ações da Sanepar para minimizar a crise hídrica, como a implantação dos rodízios no abastecimento, devem endurecer nos próximos meses. Pior, segundo a meteorologia, o cenário não é promissor pelo menos até outubro. Ou seja, a Sanepar pode implantar rodízios ainda mais rigorosos, de três vezes por semana.
O problema é tão grave que só as medidas das Sanepar, sozinhas, não serão capazes de dar conta da demanda. As fotos das represas chamam a atenção e amplificam o alerta: a população tem que ajudar economizando água mesmo quando a sua região está fora do dia do rodízio. Veja dicas de como economizar água no fim do texto.
“Em Curitiba e região, são cerca de 3,5 milhões de pessoas para serem abastecidas. Mesmo estudando medidas mais duras de racionamento e buscando alternativas para captar água em cavas e realizar a transposição de rios, se não chover o suficiente a Sanepar não dará conta sozinha do recado”, alerta o diretor de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Julio César Gonchorosky. (Abaixo, as fotos da represa Piraquara I, de autoria do fotógrafo Lineu Filho).
De acordo com Gonchorosky, o cenário da estiagem no Paraná é pior na região de Curitiba. Em outras áreas do estado, houve chuva significativa nos meses de junho e julho. Já na capital, não. Por isso a necessidade de rodízio de cortes no fornecimento. “Além disso, a concentração de pessoas em outras regiões é menor. Há um certo controle. Mas também não quer dizer que está tudo bem. O estado todo sofre com a estiagem”, explica o diretor.
Chuva pouca
Segundo Ana Beatriz Porto, meteorologista do Instituto Tecnológico Simepar, há previsão de chuva para a segunda quinzena de agosto. Nesta semana, a chuva deve cair sexta-feira (14) e sábado (15), mas em volume pequeno, que não vai alterar em nada a realidade da estiagem. “É um mês com menos chuvas. Nada fora do normal”, destaca a meteorologista. A previsão é de que sejam duas semanas chuvosas a partir da segunda quinzena.
Sobre os meses anteriores, as chuvas vieram dentro da média. Às vezes até menos do que isso, o que não resolve o problema da estiagem. “Teria que ser chuvas acima da média ou um período mais constante de precipitações”, aponta Ana Beatriz. O Simepar também destaca que setembro e outubro apresentam previsão de chuvas ainda dentro da média. “Caso se confirme, pode amenizar um pouco a situação, mas não significa o fim da estiagem”, conclui.
A Sanepar se baseia nesse cenário para tomar decisões. Daqui a poucas semanas, a companhia de abastecimento deve anunciar com detalhes quais serão as novas medidas para tentar minimizar a crise. “A palavra adequada é esta: ‘amenizar’. O problema está longe de ter uma solução. Só deve piorar o abastecimento em Curitiba e área Sul da região metropolitana”, diz Julio Gonchorosky. (Abaixo, as fotos da represa do Passaúna, de autoria do fotógrafo Lineu Filho ).
Por isso, a Sanepar segue pedindo para que as pessoas não desperdicem água. Os rodízios de corte atuais, que seguem em vigor nos bairros da capital e cidades vizinhas, funcionam no esquema de um dia sem água nos imóveis, depois o abastecimento é recuperado no segundo dia, em até 12 horas, e se normaliza por 3,5 dias. Mas um plano diferente será apresentado. “É possível que os dias de normalização sejam encurtados”, finaliza Gonchorosky.
A Sanepar recomenda que as residências tenham uma caixa de água, conforme recomendação da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A caixa d´água garante o abastecimento por cerca de 24 horas.
Quem ficar sem água podem entrar em contato com a Sanepar pelo Serviço de Atendimento ao Cliente, pelo telefone 0800 200 0115. Ao ligar, tenha em mãos a conta de água ou o número de sua matrícula.
Dicas para economizar água
– Feche a torneira: ao lavar as mãos ou a louça, não deixe a torneira aberta todo o tempo. Feche na hora de passar sabão e só reabra no enxague. Isso evitará que vários litros de água tratada sejam desperdiçados.
– Hora do banho: seja rápido no banho. Cada 5 minutos embaixo do chuveiro ligado consomem aproximadamente 70 litros de água.
– Basta um copo: para escovar os dentes é necessário apenas um copo de água. Evite deixar a torneira aberta.
– Use a vassoura: água não é vassoura. Jamais use a água da mangueira para “varrer” a sujeira. A vassoura faz isso muito bem sem usar água.
– Economia: diminua as descargas e regule periodicamente a válvula hidra ou a caixa de descarga. Você também pode usar uma garrafa pet dentro para ocupar espaço.
– Lavando roupa: junte roupas para lavar todas de uma só vez. Não jogue fora á água da lavagem. Aproveite a água usada no tanque ou na máquina para lavar calçadas.
– Vazamentos: os maiores ladrões de água são vazamentos, torneira pingando e descarga desregulada. Faça manutenção regularmente.
– Carro limpo: use baldes, e não a mangueira, para lavar o carro. Seu automóvel fica limpo e a economia pode chegar a 300 litros de água. Mas nesse período de estiagem, andar com o carro sujo é um ato de cidadania. Deixe pra lavar o carro quando o fornecimento de água voltar ao normal.
– Fazendo a barba: não faça a barba com a torneira aberta o tempo todo. Use a água somente para molhar e enxaguar o rosto.
– Lavar as mãos: lavar as mãos com a torneira aberta o tempo todo causa um grande desperdício. Ao ensaboar as mãos, deixe a torneira fechada.
– Reaproveite: a água do último enxágue das roupas, no tanque ou na máquina, pode ser usada para ensaboar tapetes, tênis, cobertores, pisos e calçadas.
– Gaste menos: ao lavar a louça, encha a cuba de água e deixe-a fechada. Evite deixar a torneira aberta, enxágue a louça toda ao final da lavagem. Assim, o gasto de água é bem menor.
– Lixo no lixo: nunca jogue cigarros, absorventes ou papéis no vaso sanitário, porque o lugar deles é na lixeira. Isso pode entupir o vaso, o que gera mais gasto de água.
– Viajou? Fechou: quando viajar, feche o registro do cavalete de entrada de água, evitando desperdícios e vazamentos.
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