O furto de placas de carro tem deixado os motoristas de Curitiba que são vítimas do crime inusitado preocupados com o destino que elas podem tomar. Segundo a Polícia Civil, responsável por investigar as ocorrências, essas placas furtadas geralmente são colocadas em veículos parecidos com os originais para criar uma espécie de dublê, que pode ser usado em fraudes ou mesmo em crimes maiores.
Na capital, os furtos costumam acontecer em ruas e locais movimentados, como supermercados, shoppings, bares ou até dentro de condomínios. Embora não tenha informado números exatos, a polícia diz que esse tipo de ocorrência cresceu em 2018, em comparação com o ano passado.
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No caso do fotógrafo Marcelo Elias, de 47 anos, o furto aconteceu no início da noite do último dia 3 de maio, quando ele estacionou seu carro em uma rua do bairro Ahú. Mais tarde, quando foi guardar o automóvel na garagem, percebeu que as duas placas não estavam mais no veículo. “Não mexeram em mais nada no carro. Aliás, tiraram as placas sem danificar nada — sinal que iam utilizar para alguma outra coisa”, relata o fotógrafo. Elias fez o boletim de ocorrência (BO), mas desde então está de olho no site do Detran para evitar o pagamento de multas por infrações que não cometeu. “Terei que esperar por possíveis multas e o processo para trocar o número da placa não é nem um pouco simples. Os comentários sobre o assunto também não animam. Dizem que os órgãos de trânsito nunca aceitam o recurso da vítima, por mais que ela tenha o BO”, reclama.
Foi o que aconteceu com outra vítima, que não quis se identificar. Depois de ter as placas roubadas e ter prestado queixa à polícia, ela precisou lutar muito para ter as multas retiradas no Detran. Segundo ela, todas as defesas de multa impetradas foram indeferidas, mesmo com o BO anexado ao processo. “Depois de muito telefonar e falar com várias pessoas, uma abençoada reabriu os processos que já estavam arquivados e os deferiu”, conta. Além do incômodo com as multas, a vítima diz que viveu uma situação constrangedora. “A polícia veio bater na minha casa depois de prender o suspeito que estava usando as minhas placas. Ele tinha cometido um assalto e dirigia em alta velocidade com o carro clonado. Na hora de checar as placas, os policiais acharam o meu endereço”, revela.
Em nota, o Detran se limita a informar que o proprietário do veículo que teve o carro ou apenas as placas furtados deverá fazer BO para se resguardar de possíveis contratempos. No caso de multas cometidas indevidamente com as placas, a vítima deverá apresentar o BO no órgão autuador e efetuar processo de defesa. Ainda segundo o Detran, o proprietário pode solicitar a troca das placas, uma vez comprovada a clonagem do veículo.
Como proceder
De acordo com a Polícia Civil, não há uma forma eficaz de proteção contra esse tipo de crime, já que a maneira de agir dos criminosos é sempre rápida e incisiva. Além disso, o conselho da polícia também é que, nesses casos, sempre seja feito o B.O. para evitar problemas futuros - o Boletim de Ocorrência pode ser feito pela internet.
Além disso, o veículo não pode circular pela cidade sem placar. Assim, o proprietário terá que ir primeiro até uma fábrica com o automóvel em um guincho. Depois , deverá autorizar a confecção da nova placa. Somente a autorização gera uma taxa de R$ 23,22 do Detran.
Já o custo para repor a placa perdida vai depender se o modelo é refletivo ou não. Se a placa do veículo já for refletiva, o que é obrigatório em todos os veículos desde 2012, o custo unitário da placa é de aproximadamente R$ 50, sem a taxa do Detran-PR. Agora, se o modelo não for refletivo, o proprietário obrigatoriamente terá de adquirir o par de placas, que custa em torno de R$ 124, já calculada a taxa do Detran-PR. Entretanto, o proprietário só pode fazer a aquisição se apresentar o BO indicando a perda da placa antiga.