Mulheres idosas e jovens são o principal alvo de um grupo de ladrões que atua nas praças na região central de Curitiba e que age de forma peculiar: de bicicleta. A gangue do pedal aproveita da distração das vítimas para passar rapidamente de bike e arrancar as correntinhas do pescoço ou o celular da mão dos pedestres. Geralmente, eles fogem na contramão do trânsito, no meio dos carros, para dificultar a perseguição.
Foi o que aconteceu na Praça Rui Barbosa, no Centro, dia 22 de setembro com uma mulher de 57 anos que, por medo, prefere não divulgar o nome. “Estava distraída e não percebi a aproximação do cara com a bicicleta. Na frente de todo mundo, ele jogou a bicicleta em cima de mim e tentou arrancar a corrente do meu pescoço. Ele caiu e não conseguiu. Levantou, subiu na bicicleta e sumiu no movimento da praça”, relata a mulher.
A jornalista Mara Cornelsen escapou de cinco tentativas de roubo de sua corrente de ouro, objeto de grande valor sentimental. Duas vezes na Avenida Sete de Setembro, outra na Praça do Japão e mais duas próximas à pracinha do Batel. “Em todas as ocasiões, eles agiram da mesma forma: vêm na contramão e jogam a bicicleta em cima da gente. No reflexo, consegui evitar que levassem a corrente. Eles chegam muito silenciosamente e fogem no contrafluxo”, explicou.
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Na Rui Barbosa, os comerciantes confirmam a ação da gangue do pedal, mas, também por questão de segurança, pedem para não ter o nome divulgado na reportagem. “Eles estão aí direto, todos os dias praticamente. Normalmente estão em dois e roubam quem dá mole. Depois, somem rapidinho de bicicleta”, afirma um dos comerciantes. “Por aqui tem muito gente desatenta, que vira presa fácil dos ladrões de bicicleta”, relata outro comerciante.
Em nota, a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) informa que na Praça Rui Barbosa o número de ocorrências caiu de 2016 para 2017. No período de 1º janeiro a 5 outubro de 2016 foram 353 ocorrências de furto e roubo na Rui Barbosa e proximidades. No mesmo de 2017, foram registradas 326 ocorrências, uma redução de 27 registros.
Entretanto, conforme as duas vítimas entrevistadas pela reportagem e os comerciantes da praça, é muito raro as vítimas procurarem a polícia após a ação dos criminosos. O que dificulta a ação da polícia, segundo um PM que costuma patrulhar a Rui Barbosa. “Todo mundo fala que acontece todo dia, mas quando estamos aqui de plantão quase ninguém nos procura. Fica difícil planejar um combate a este tipo de crime por um ‘ouvi falar que estão roubando correntinhas”, reclama um o policial.
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