Cachorros não são os únicos animais de estimação que ajudam a guardar casas em Curitiba. Com um grasnido que por vezes é mais alto do que o latido de cães de grande porte, gansos são vigilantes fiéis de uma serralheria no Uberaba. O proprietário decidiu adotar algumas dessas aves, que hoje se tornaram xodós da vizinhança.
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São três os mascotes do serralheiro Abel Marques dos Santos, de 57 anos: Shakira e Gedeon, de plumagem branca, e Filó, de plumagem marrom. “Eles estão comigo há sete anos. Já tentaram comprar, mas eu não vendo de jeito nenhum”, conta Santos. Em geral, os três ficam dentro do terreno da casa, que tem 1.400 m², mas às vezes acabam passeando um pouco logo em frente. Isso acontece em algumas ocasiões em que o portão da casa está aberto para que os clientes da serralheria entrem, quando os animais acabam ajudando a “podar” o mato do vizinho. “Eles atravessam a rua em fileira para comer o capim do terreno baldio da frente”, explica Santos
É nesses momentos de passeio, também, que muitas pessoas já pararam o carro para tirar foto com os animais, contrariando a fama de que gansos são bravos: “Já teve até gente que pediu pra mostrá-los para o filho, que nunca tinha visto um”.
Apesar de não avançarem em qualquer um, porém, os gansos parecem saber muito bem quando é o momento de começar a grasnir. A exemplo de uma vez em que, durante a noite, fizeram o maior barulho ao flagrarem um grupo de suspeitos em frente à casa da vizinha. “Eu fui ver o que tava acontecendo, e reparei em três homens escondidos em uma árvore do outro lado da rua. Logo liguei para minha vizinha, que ligou as luzes de casa, saiu na janela e até chamou a polícia, espantando os possíveis ladrões”, relata Santos.
De acordo o serralheiro, os gansos não só são excelentes guardando a casa como mais atentos que os três cachorros que também moram no local. “Tudo bem que os três cachorros são de pequeno porte, mas na hora da comida quem tem preferência são os gansos, que botam os cães pra correr”, conta.
O dono das aves, que trabalha no mesmo terreno onde mora, conta que a vontade de adotar animais da espécie surgiu há muitos anos, quando ainda morava em Goioerê, no Noroeste do Paraná, cidade onde nasceu. Por lá, Santos vivia uma vida rural, onde conheceu o potencial de guarda dos gansos. “Quando eu vim para Curitiba, há 14 anos, eu decidi que em algum momento eu teria os gansos”. Os três foram chegando aos poucos, presenteados ao serralheiro. Filó, por exemplo, foi presente de uma amiga que morava em um apartamento e não poderia criá-la.
Desde então, sempre que algum estranho se aproxima demais do terreno, os três chamam a atenção e espantam os mal-intencionados. Com a maioria das pessoas, porém, Santos explica que eles são dóceis: “Se eu chamo, eles atendem. Não correm atrás de gente, como muitos gansos fazem. E às vezes até comem pão na nossa mão”. E hoje em dia, até mesmo os vizinhos mais próximos chegam a levar verduras para alimentá-los.
É importante lembrar que a criação de animais não é permitida na zona urbana, de acordo com o Artigo 344 da SEção XIX da Lei nº 13331 de novembro de 2001, do Código de Saúde do Paraná. No entanto, no caso dos gansos de Santos, não se trata de uma criação para reprodução ou abate, e sim animais de estimação que foram doados ao serralheiro.
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