O programa Fantástico, da Rede Globo, mostrou domingo (11) como foi o encontro do empresário Edison Brittes Jr, assassino confesso do jogador Daniel Corrêa Freitas, 24 anos, e três homens que estavam na casa dele no dia do crime. O encontro aconteceu na praça de alimentação de um shopping de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, dois dias após o assassinato. A conversa seria para Edison acertar com todos a versão que seria apresentada do crime, o que, para a polícia, foi uma coação. Também estavam no encontro a esposa de Edison, Cristiana Brittes, 35 anos, e a filha dele, Allana, 18 anos, também indiciadas pelo assassinato de Daniel.
“Neste shopping o Edison propõe uma história às testemunhas, de que eles deveriam fechar que o Daniel teria saída da casa pelo portão e não teria voltado”, explica o delegado Amadeu Trevisan, da Delegacia de São José dos Pinhais, na reportagem do Fantástico, versão contrária à de que Daniel foi espancado e retirado da casa no porta-malas do carro do empresário. “ Eles iam formar um elo na história e se esse elo fosse rompido, ele, Edison, saberia qual testemunha rompeu o elo. Isso gerou uma ameaça às testemunhas”, enfatizou o delegado.
As imagens mostram tensão entre Edison e os três rapazes convidados por ele para o encontro. Já Cristiana e Allana se mostram descontraídas. As duas comem enquanto os homens conversam e até chegam a rir e brincar entre elas. No fim da conversa, Edison olha para a câmera de segurança da praça de alimentação, como se estivesse preocupado com o registro da conversa.
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Cristiana e Allana estão presas na penitenciária de Piraquara, enquanto que Edison está no Centro de Triagem da Polícia Civil, no Centro de Curitiba. Também foram indiciados pelo assassinato do meia, com passagem curta pelo Coritiba em 2017, outros três jovens: Igor King (19 anos), David Willian da Silva (18 anos) e Eduardo Henrique da Silva (18 anos). Os dois primeiros afirmam que participaram do espancamento na casa e que estavam no carro que levou o jogador a um matagal, mas que não participaram do momento em que Edison esfaqueou Daniel. Já Eduardo é suspeito de não só ter participado da sessão de socos e pontapés na residência dos Brittes, mas também de ter participado do momento em que Daniel morreu no matagal.
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Áudio
A reportagem do Fantástico também exibiu também o áudio que constava na troca de mensagens entre Daniel e um amigo na manhã do crime. Ele comenta que estava na casa e que havia algumas mulheres dormindo. Ele ressalta que o marido de uma delas, no caso Cristiana, não estaria no local.
Em seguida, Daniel mandou a foto dele ao lado de Cris na cama. Ao tentar ir até o quarto, Edison encontrou a porta fechada, deu a volta pela janela e encontrou Daniel deitado ao lado da esposa, disse uma testemunha. Aí começaram as agressões.
Em outro momento da reportagem, uma testemunha que estava no camarote onde aconteceu o aniversário de Allana, numa balada sertaneja de Curitiba, disse que percebeu que em alguns momentos Daniel saia do camarote e Cris também saia (ou vice-versa). Ainda segundo a testemunha, Edison não teria percebido nada.
Nesta semana deverão ser concluídas perícias e laudos que vão ajudar a polícia entender como se deu o crime.
O caso
O corpo de Daniel Corrêa Freitas foi encontrado em um matagal em São José dos Pinhais no dia 27 de outubro com sinais de tortura: o pescoço estava quase degolado e o pênis decepado. Daniel veio a Curitiba participar da festa de aniversário de Allana Brittes, filha de Edilson Brittes Jr, no dia 26 de outubro. Após participar da comemoração em uma casa noturna no bairro Batel, o jogador foi para outra festa na casa de Edison, dono de um mercado em São José dos Pinhais.
À polícia, o empresário admitiu ter matado o jogador após tê-lo flagrado tentando estuprar sua esposa - versão questionada pela polícia. Daniel foi espancado na casa da família e levado para um matagal no porta-malas do carro de Edison. Segundo o empresário, ele decidiu matar o atleta com uma faca que tinha no carro. Entretanto, a polícia investiga se ele não pegou a faca de dentro de casa.
Daniel chegou a enviar via Whatsapp a um amigo imagens dele ao lado da esposa de Edison na cama do casal, o que teria levado o empresário a cometer o assassinato. Nas fotos, Cristiana dorme enquanto o jogador faz caretas.
Antes de ser preso, Edison chegou a ligar para a família e amigos de Daniel para prestar solidariedade. Allana também trocou mensagens com uma parente de Daniel afirmando que não houve briga na casa da família e que o jogador foi embora sozinho na noite do assassinato.
Daniel teve passagem apagada pelo Coritiba em 2017, prejudicada por lesões. Natural da cidade de Juiz de Fora (MG), teve também passagens por Cruzeiro, Botafogo, São Paulo, Ponte Preta e estava atualmente no São Bento de Sorocaba (SP). O corpo do jogador foi enterrado no dia 31 de outubro na cidade de Conselheiro Lafaiete, também em Minas Gerais.
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