A visita do prefeito Rafael Greca à Praça do Japão terminou em bate-boca no início da tarde desta terça-feira (20) no bairro Batel. Um pequeno grupo de moradores aproveitou a presença do chefe do Executivo para protestar contra as mudanças na praça e, enquanto tentava falar sobre como a novidade ia facilitar a vida de 36 mil curitibanos, Greca deixou escapar que a vizinhança deve aquele espaço a ele.
“Eu que arrumei essa praça. Vocês me devem essa urbanização”, rebateu o prefeito a um dos manifestantes que questionava a abertura de um trecho de 5 m na rua contígua à praça para a passagem dos novos ligeirões. “Fui eu que fechei e agora vou abrir pelo interesse público. E depois eu vou fechar de novo”.
Leia também: Moradores ‘abraçam’ a Praça do Japão em protesto contra novo Ligeirão
A urbanização a que Greca se refere às obras que ele realizou no espaço em 1993, ainda durante a sua primeira gestão à frente da prefeitura. Em que foram construídos o Portal Japonês e o Memorial da Imigração Japonesa, dando ao local a cara que ele tem hoje.
Ainda assim, o tom não agradou e o clima na pequena praça entre os bairros Batel e Água Verde foi bastante conturbado. Em pouco menos de 30 minutos, Greca foi vaiado e teve que ouvir reclamações e questionamento de moradores. Segundo eles, as mudanças vão matar o espaço que é frequentado tanto por quem vive na região quanto por turistas.
Para o prefeito, nada vai mudar. “Não há trauma algum para a Praça do Japão. Os lagos ficarão aonde estão, o pagode permanece no mesmo lugar, os monumentos permanecem no mesmo lugar. Nem a árvore vai sair porque embaixo dela vai passar o passeio para pedestres”, afirmou. “Essa voz dissonante vai compreender com o tempo o bom urbanismo de Curitiba. A nossa ideia é fazer o bem para a maioria da cidade”.
Greca explicou que a única mudança que vai acontecer é a abertura de um trecho de 5 m na rua contígua à da praça , que vai conectar a Travessa Lange com a Avenida República Argentina para que os ônibus possam contornar o local. Para ele, cerca de 36 mil pessoas vão se beneficiar com os ligeirões, reduzindo o tempo de viagem em cerca de 20 minutos.
Segundo ele, o corte no meio da Praça do Japão é algo temporário até que seja concluído o desalinhamento das estações-tubo presentes entre a praça e o Terminal do Capão Raso. “Quando o terminal ficar pronto, nós fechamos as ruas de novo”.
Novo largo
Além de prometer não mexer da estrutura da praça, Rafael Greca aproveitou a visita ao Batel para prometer a construção de um novo espaço público na região. Segundo ele, após as obras de adequação da Praça do Japão, um dos trechos alterados vai servir para abrigar um novo largo em homenagem à artista plástica Tomie Ohtake.
Deixe sua opinião