O prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), proibiu os professores da rede municipal de ensino de envolverem alunos em reclamações de casos de furtos nas unidades educacionais. A decisão, anunciada por Greca em sua conta particular no Facebook, acontece após estudantes da Escola Municipal Professor Ulisses Falcão Vieira, na CIC, escreverem uma carta pedindo aos ladrões que não levassem mais os equipamentos da unidade.
Só no mês de setembro, a escola foi furtada quatro vezes. Entre os equipamentos levados da escola no mês passado estão seis TVs, dois rádios, três monitores de computadores e 20 netbooks, além de três violinos usados nas aulas de música.
“A Escola Municipal Ulisses Falcão Vieira frequentou o noticiário nacional por equivocada decisão de suas pedagogas de pedir às crianças que escrevessem carta para seus ladrões e algozes. Determinei protocolo da Secretaria de Educação proibindo professoras de envolverem Curitibinhas neste trauma social”, postou o prefeito no Facebook. “A coisa mais nefasta é criar um ambiente de insegurança. As famílias, escolas e a sociedade têm o papel de proteger os pequenos, sob todos os aspectos”, prossegue a postagem de Greca.
Após a súplica dos estudantes na carta, a Polícia Civil, com apoio da Guarda Municipal, prendeu dois suspeitos dos furtos. No total, a Justiça emitiu quatro mandados de busca e apreensão na investigação. A casa onde os dois suspeitos moram é no mesmo bairro da escola. No Facebook, Greca disse que a residência é vizinha da escola e que os suspeitos frequentavam a unidade educacional.
“Pasmem: a escola foi roubada pelos seus vizinhos, parentes da comunidade escolar! Frequentavam até a Escola. Isto dói! #TristezaProfunda. Mesmo assim, continuaremos a defender a Cidade. Melhor seria que não tivéssemos inimigos do povo morando aqui”, concluiu o prefeito na postagem.
No último furto na Escola Municipal Professor Ulisses Falcão Vieira, câmeras de segurança filmaram o ladrão levando uma televisão 52 polegadas.
“Não vamos mais ter o que fazer, vamos ficar sem escola. Você devia devolver nossas coisas para ser nosso amigo e proteger nossa escola”, diz o trecho de uma das cartas dos alunos. “Não pegue nossas coisas ou vamos ficar sem nada. Na hora do soninho não tem mais TV”, relata outra carta.
Desabafo de mãe
A onda de furtos em escolas e creches da rede municipal levou a outro protesto em fevereiro deste ano, desta vez de uma mãe de aluna. Em uma postagem no Facebook, a autônoma Denize Ternoski mostrou a tristeza com a sequência de furtos na Escola Municipal Wenceslau Braz, no Boqueirão, onde a filha dela de 6 anos estuda.
“Eu sou mãe de aluna, me sinto lesada, a escola é a segunda casa da minha filha. Eu sinto como se estivessem furtando a minha casa. Estão furtando as coisas da minha filha, afinal a escola é das crianças! “, postou a mãe em fevereiro.
Na ocasião, Denize ressaltou que as seguidas denúncias pela Central 156 da prefeitura estavam tendo pouco efeito, já que os furtos prosseguiam. “Se alguém souber algum outro canal da prefeitura para que eu e outros pais possamos denunciar, por favor, nos ajudem, pois o 156 para esse caso não esta servindo”, reclamou no post.
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