Professores das escolas estaduais do Paraná vão paralisar as atividades nesta quarta-feira (15), dia nacional de greve pela educação convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), após os cortes de verbas anunciados pelo Ministério da Educação (MEC). Por isso, a promessa é de dia sem aulas na rede, tanto no interior do estado quando em Curitiba e região. Já as escolas municipais e os Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) da capital não vão interromper as atividades.
A mobilização também pode impactar nos atendimentos prestados no Hospital de Clínicas (HC), da Universidade Federal do Paraná, cujos servidores técnico-administrativos - o que não inclui médicos - também decidiram parar.
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Segundo a APP-Sindicato, entidade que representa os professores da rede estadual, núcleos do sindicato participarão de atos por todo o estado e isso inclui a suspensão das atividades letivas. A Secretaria de Estado da Educação (Seed), no entanto, afirmou que a quarta-feira será dia normal para o calendário escolar e que, por isso, orienta que "as aulas ocorram normalmente em todas as instituições de ensino da rede estadual da educação básica". Ainda conforme a pasta, professores ausentes terão o dia descontado dos salários.
Os protestos – contra os cortes de verba anunciados pelo Ministério da Educação (MEC) e que atingem tanto o ensino superior quanto a educação básica – também englobam a comunidade acadêmica. Além de alunos, professores da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e UFPR aprovaram paralisação durante todo o dia.
"Amanhã a atividade da UFPR é na rua junto as outras entidades. Não vamos mostrar que a gente para de trabalhar para que as coisas aconteçam, mas que a gente age para que as coisas aconteçam. Vamos para as ruas para mostrar do que a universidade é capaz", declarou o presidente da Associação dos Professores da UFPR (APUFPR-SSind), Paulo Vieira Neto.
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Hospital de Clínicas
Servidores das universidades federais do estado e do Hospital de Clínicas da UFPR também decidiram, em assembleia, se juntar aos atos. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior no Estado do Paraná (Sinditest-PR), a mobilização promete ter adesão de boa parte da categoria, o que, no HC, pode afetar serviços como atendimento, internamentos e os prestados na área ambulatorial (exames e consultas eletivas). A mudança na escala não vai afetar atividades de urgência, emergência e de serviços de alta complexidade, como as Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
"O Hospital de Clínicas não deixou de ser um hospital universitário com a adesão à Ebserh [Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares]. Inclusive, a Ebserh também é uma empresa pública que está vinculada ao MEC e, se houve mais cortes de verbas, também vai ser prejudicada. Por isso a gente entende que esse é o momento de apoiar essa paralisação", explica o coordenador-geral do Sinditest-PR, Daniel Mittelbach.
Servidores municipais, incluindo professores das escolas da rede municipal e das CMEIs, vão integrar a mobilização por meio do esquema de "representação", o que significa que só irão participar das manifestações quem estiver fora da sala de aula. De acordo com o sindicato da categoria, o Sinditest, a mobilização desta quarta é um "esquenta" para a paralisação nacional de várias categorias que vem sendo organizada para o próximo dia 14 de junho.
Atos em Curitiba
Na capital, os atos desta quarta começam a partir das 8h30, com concentração na Praça Santos Andrade, em frente ao prédio histórico da UFPR. A partir das 10h, os manifestantes seguem em caminhada ao Centro Cívico.
Durante todo o dia movimentos e entidades devem permanecer na Praça Santos Andrade, onde também há um protesto agendado pelas redes sociais para as 18h.
A Superintendência Municipal de Trânsito (Setran) afirmou no fim da tarde desta terça que ainda não havia sido comunicada sobre os protestos e que, portanto, até este momento, não há bloqueios programados para a região no entorno dos atos.
Outras categorias, como metalúrgicos e petroleiros, também irão promover atos nesta quarta contra os cortes na educação.
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