O incêndio que destruiu o telhado do Palácio Belvedere na noite desta quarta-feira (6), prédio histórico erguido em 1915 no bairro São Francisco, em Curitiba, e tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual, vai ser investigado pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), da Polícia Civil. Considerado um grupo de elite, o Cope é formado por equipes treinadas exclusivamente para a repressão de crimes, o que ajuda a reforçar a hipótese de que as chamas no casarão foram provocadas.
Imagens - confira fotos do Belvedere após o incêndio
Segundo a Polícia Civil, o Cope já está trabalhando no caso. Um dos primeiros passos das equipes é o levantamento das gravações de câmeras de segurança da região, que podem ajudar a identificar suspeitos e testemunhas.
De acordo com o telejornal PR TV 1ª edição, câmeras do Museu Paranaense, em frente ao Belvedere, já foram recolhidas pela polícia. Parte da gravação mostra um grupo circulando ao redor do casarão minutos antes das primeiras chamas começarem. A Polícia Civil disse, contudo, que não vai divulgar as imagens nem mais informações sobre o caso para não atrapalhar as investigações.
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Nas redes sociais, o prefeito Rafael Greca (PMN) confirmou que tanto como o Corpo de Bombeiros como a Secretaria Municipal de Defesa Social suspeitam de incêndio criminoso. A prefeitura comunicou que está acompanhando as investigações e que, mesmo após a situação, vai manter o projeto de restauro criado para o prédio - um dos mais importantes da arquitetura Art Noveau da cidade.
O Belvedere é alvo frequente de vândalos e ponto de encontro de usuários de drogas. Isso ocorre desde a desocupação pelo Centro Estadual de Defesa dos Direitos da População em Situação de Rua e dos Catadores de Materiais Recicláveis (Centro Pop Rua).
O imóvel centenário estava fechado há três anos. Em 2018, deverá ser entregue à Academia Paranaense de Letras (APL). Pelo projeto, funcionaria no prédio a partir do ano que vem, além da APL, o Observatório da Cultura Paranaense e um café escola do Sesc-PR.
A Prefeitura havia autorizado neste ano o uso de R$ 1,073 milhão de potencial construtivo - outorga emitida pelo município para que se construa um imóvel acima do limite estabelecido pela lei municipal com a contrapartida de que se mantenha um imóvel histórico - para reforma do palácio. O projeto do revitalização do Belvedere foi desenvolvido por arquitetos do Sesc em parceria com o Instituto de Pesquisa Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc).
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