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Especializado no faro de drogas, o pastor belga malinois Colt será encaminhado a um novo lar após oito anos de trabalho na Guarda Municipal
Especializado no faro de drogas, o pastor belga malinois Colt será encaminhado a um novo lar após oito anos de trabalho na Guarda Municipal| Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo

Prestes a se aposentarem da Guarda Municipal (GM)de Curitiba, os cachorros Fred e Colt estão em busca de uma nova casa - além deles, outros dois cães que não se adaptaram ao trabalho policial também se despedem da corporação: Sheeva e Happy. Esta é a primeira vez que a GM doa animais via edital.

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Para se candidatar à adoção, o interessado deve preencher formulário entre os dias 20 e 22 de maio diretamente na sede do Grupo de Operações com Cães da Guarda Municipal, no Parque dos Tropeiros, no bairro São Miguel, e cumprir algumas especificações.

O rottweiler Fred e o pastor belga malinois Colt serão doados após anos de trabalhos na corporação Os dois cães chegaram ao limite do tempo permitido por lei de trabalho policial para cães, que é entre 8 e 10 anos. Fred atuava no patrulhamento em operações como partidas de futebol, protestos e até ocorrências em carceragens. Já Colt, além do trabalho ostensivo, também é especializado no faro de drogas.

O condutor de Fred, o guarda municipal Darlon Cassiano Cordeiro, conta que em uma operação na Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP) só a presença do rottweiller no corredor foi o suficiente para manter a ordem em um início de rebelião de presos. “O cachorro se impõe mais do que uma calibre 12 de borracha”, afirma o guarda referindo-se ao armamento usado para conter distúrbios como rebeliões, brigas de torcidas ou mesmo protestos violentos.

Colt, por sua vez, foi fundamental na prisão de muitos traficantes em Curitiba. “Um dia fomos apoiar uma equipe que estava com o meliante, mas que não havia encontrado a droga. O Colt chegou e começou a cheirar um vão entre uma porta e um degrau. Ele começou a cavar e puxou um saco com 20 pedras de crack. A ação não demorou mais de três minutos”, orgulha-se o condutor do pastor, o guarda municipal Masararu Luciano Matsumura.

Com a aposentadoria, Fred e Colt vão precisar de treinamento para se tornarem civis, ou seja, deixarem a atividade policial e levarem uma vida normal de animal de estimação. Para isso, ambos terão de ser treinados juntos com seus novos donos.

"Precisamos adequá-lo ao novo dono. Por isso, daremos treinamento à pessoa que quiser adotar esses cães e criaremos uma relação entre os animais e os novos donos”, explica o diretor-geral da Guarda Municipal, Odgar Nunes Cardoso Cardoso.

Por se serem animais de grande porte, o futuro tutor deles também vai precisar ter espaço suficiente em casa. “Os cães da guarda estão acostumados a terem espaço e momentos de lazer. É preciso que quem queira adotar tenha um espaço apropriado”, enfatiza Cardoso.

A adaptação à vida fora da corporação, segundo o diretor da GM, não deve ser muito difícil. Afinal, ressalta Cardoso, engana-se quem acha que o cachorro que teve uma vida focada no trabalho policial não é dócil.

“Eles são muito brincalhões. O que precisaremos fazer é adestrá-los, para que saibam que seu papel em favorecimento da sociedade acabou. Por isso precisamos treinar também o futuro proprietário e indicar se alguns comandos usados para ordens policiais devem ou não serem dados”, conta o diretor.

Mais doações

Além de Fred e Colt que estão se aposentado, o canil da Guarda Municipal também está doando outros dois cachorros que não se adaptaram ao trabalho policial. São eles a pastora belga malinois Sheeva e o golden retriever Happy, ambos de três anos.

Sheeva e Happy não se adaptaram ao trabalho policial e agora vão ganhar um novo lar. Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo
Sheeva e Happy não se adaptaram ao trabalho policial e agora vão ganhar um novo lar. Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo

Sheeva é da primeira ninhada de cachorros nascidos dentro da própria corporação. Segundo Cordeiro, ela foi muito bem no treinamento no canil, mas acabava perdendo a atenção no trabalho e se dispersando quando ia para o patrulhamento nas ruas. "É como se fosse um estudante universitário que tira notas muito boas, mas no mercado de trabalho acaba não rendendo o esperado", compara o guarda.

Já Happy chegou à GM por doação e estava sendo treinado não para atuar nas rua, mas sim no programa Cão Amigo, no qual guardas municipais dão palestras sobre os riscos das drogas a crianças e adolescentes nas escolas. O problema é que mesmo sendo um trabalho mais leve, exigia atenção do cachorro. “O Happy é muito espevitado. Quando ele perde o foco no meio do trabalho, não consegue mais voltar - mesmo o condutor dando os comandos”, explica Cordeiro.

Como adotar

O candidato à adoção deve preencher um formulário entre os dias 20 e 22 de maio no Grupo de Operações com Cães da Guarda Municipal de Curitiba, no Parque dos Tropeiros, na Rua Professor Arthur Virmond de Lacerda, s/n - no bairro São Miguel. O horário de atendimento é das 8h30 às 17h30.

Os candidatos irão passar por uma seleção interna conforme as informações solicitadas no relatório. Depois de passarem pela seleção, a residência dos candidatos serão vistoriadas para confirmar se há de fato condições para manter o animal. Dado o aval da Guarda Municipal, o proprietário e o cachorro passam por um período de adaptação de duas semanas orientados pelos próprios condutores dos cachorros.

O resultado final da doação será publicado entre os dias 10 e 12 de julho no portal do Diário Oficial de Curitiba.

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