As constantes invasões ao coletivo da linha Alferes Poli – a “Linha do Terror” –, em Curitiba, motivaram uma nova ação da Guarda Municipal. Setenta e duas pessoas foram flagradas furando a catraca e acabaram retiradas dos veículos, no bairro Parolin. Além disso, foram apreendidos três facas, um canivete, uma porção de maconha e insumos para uso de drogas.
Segundo a Guarda Municipal, foram montados alguns pontos de abordagem ao coletivo, ao longo do percurso da linha. A intenção foi aproveitar horários de maior movimento para encontrar o máximo de fura-catracas possível. Essas pessoas, conforme informou a GM, além de não pagarem a passagem e trazerem prejuízo, intimidam motoristas e costumam usar a linha para furtar os poucos usuários que pagam a tarifa.
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Se não bastassem as invasões, as ameaças também fazem com que os passageiros que usavam o coletivo mudassem sua rotina para não correr riscos. Para quem paga a passagem normalmente, o Alferes Poli passou a nem ser mais considerado como opção depois que os próprios moradores descobriram que a linha Guilhermina, que também parte da Praça Rui Barbosa, faz praticamente o mesmo trajeto do outro ônibus e passa por lugares mais seguros.
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No ano passado, um motorista entrevistado pela Tribuna do Paraná confessou que não tinha o que fazer e simplesmente começou a ceder às invasões para evitar algo pior. “Eu tive que aprender a lidar. Entram sem pagar mesmo e diariamente levam cachorro, coberta, coisas que ganham de pessoas, como geladeira, fogão, colchão”, contou o trabalhador que, temendo até mesmo ser agredido, mudou seu posicionamento. “Antes eu questionava o pagamento e recebia ameaças, criava uma situação perigosa”.
Prejuízo certo
Dados do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) apontam que, por dia, apenas 23 passageiros pagam a passagem para usar a linha, que custa R$ 1,4 mil, mas só arrecada R$ 98.
A mesma informação foi divulgada, no ano passado, pela Urbs, que informou que menos de 30 passageiros pagam a passagem e usam o Alferes Poli por dia. Apesar do prejuízo, o único ônibus que faz o trajeto de ida e volta todos os dias não é retirado de circulação, pois a reportagem apurou que é uma espécie de “prejuízo controlado”, já que se essa linha for retirada, os fura-catracas vão passar a invadir outros ônibus e a situação pode piorar ainda mais.
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