Após três anos desativado, módulo vai ganhar vida nova| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Considerada a praça mais perigosa da cidade, a Praça Osório vai ganhar um reforço na segurança com a reativação do módulo policial pela Guarda Municipal (GM). O posto localizado na região da Boca Maldita, no Centro de Curitiba, foi formalmente devolvido pela Polícia Militar à prefeitura em 2014 e, de lá para cá, chegou a ser usada como mocó por usuários de drogas e estava fechado nos últimos meses. Agora, a ideia é que antes de dezembro, quando a movimentação no comércio no calçadão da Rua XV de Novembro aumenta por causa das festas de fim de ano, equipes da guarda já estejam se revezando no reforço da segurança.

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“Vai ser reaberto e vamos trazer equipes para cá o mais emergencial possível. Ainda temos que pintar, lavar, trocar o telhado, mas estamos agilizando tudo para não deixar mais ninguém esperando”, afirma a supervisora da GM, Lourdes Gois. Na última sexta-feira (27), arquitetos da prefeitura averiguaram a estrutura do módulo para começar o projeto de reforma.

Segundo a Secretaria Municipal de Defesa Social, responsável pela GM, o módulo deve funcionar nas próximas semanas, após revitalização do espaço. A pasta ainda não definiu quantos guardas atuarão por escala no local e, sobre o horário de funcionamento, a prefeitura disse que a questão ainda será definida. Entretanto, segundo Lourdes, as equipes terão quatro motos para patrulhar pelos arredores da praça e da XV.

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Para comerciantes e quem circula pela praça, o ideal é que o reforço na segurança seja não só de dia, mas também à noite. “O pior aqui é entre o final da tarde e, principalmente, à noite”, avalia a estudante Kauana Pacheco, 24 anos, que estuda na faculdade que fica na Praça Osório. Segundo ela, a insegurança faz com que os alunos tenham de adaptar as rotinas quando voltam para a casa já no escuro. “ Todo mundo sai junto da faculdade, porque tem que ficar bem atento, já que aqui tem assalto direto”, comenta.

Adriana Vicelli, 47, porteira de um edifício na entrada da Rua Voluntários da Pátria, reforça a necessidade de guardas no período noturno. “Os moleques entram nas lojas, avacalham mesmo. Quando a gente chega aqui, de manhã, tem sempre uma ou outra loja com porta estourada. Essa reativação vem em boa hora, mas tomara que seja 24 horas”, espera.

Roubos constantes

Isso não significa que circular pela Praça Osório durante o dia não exija cuidado.Neusa Petersen, 43 anos, proprietária de uma lanchonete na praça, diz que assaltos aos pedestres virou cena comum na região. “É direto a gente ouvindo gritos de ‘roubaram meu celular’. E a gente nem tem o que fazer”, relata . Segundo ela, ladrões de bicicleta, a gangue do pedal, que age em outras praças do Centro, praticam assaltos direto na área e já são até conhecidos dos comerciantes.

Um grupo de meninas também já é velho conhecido nos arredores. Conhecidas como Turma da Xuxa - cuja integrante principal chegou a ser presa pela PM em 2013 -, elas assustam funcionários de lojas e farmácias do Centro. Uma farmácia em frente à Praça Osório diz ser alvo frequentemente do grupo. “Era assalto todo dia. Agora, a gente trabalha sempre com alguém ali na frente, se revezando, para ver se elas estão por aí. Dia desses a gente se distraiu com o fechamento aqui, não tinha ninguém ali na frente, elas entraram e jogaram cinco xampus e escova de dente dentro da bolsa”, comentou uma das funcionária da farmácia.

A situação fica ainda mais delicada no período das tradicionais feirinhas da Praça Osório, que acontecem cerca de cinco vezes por ano. “Quando tem feirinha aumentam muito os assaltos. Eles sabem que têm e vêm para cá. Na última, eles levaram um carrinho inteiro de supermercado com produtos da dona de uma das barraquinhas”, acrescenta Neusa que, ano passado, chegou a organizar uma abaixo-assinado para levar o pedido de mais segurança na praça à prefeitura.

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Além do módulo fixo que deve começar a funcionar em breve, a Guarda Municipal mantém três módulos móveis em toda a região central de Curitiba, que se deslocam conforme a demanda de comerciantes e moradores.