Uma das consequências mais graves da paralisação dos caminhoneiros é no segmento da saúde: apesar de ambulâncias estarem trafegando na região de Curitiba, os hospitais da cidade já se encontram em estado de alerta para desabastecimento de alimentos e medicamentos. No Hospital São Vicente, por exemplo, pão e leite usados em dietas especiais já estão em falta, e remédios de contrastes para procedimentos cardíacos têm estoque mínimo.
Veja abaixo a situação de cada hospital abaixo
Já o Hospital Ônix Batel, enquanto isso, chegou a desmarcar cirurgias eletivas, ou seja, que não são de urgência, por falta de instrumentação. No Hospital Pequeno Príncipe, o atendimento está normalizado até então,e a expectativa é de que os estoques continuem normais até segunda-feira (28).
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De acordo com a Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviço de Saúde no Estado do Paraná (Fehospar), a preocupação de todos os estabelecimentos têm sido constante, e muitos têm risco de defasagem em setores cruciais já nesta sexta-feira (25). Para conter a falta de itens, cada hospital deverá iniciar um plano de contingência, mas a Fehospar já adianta que há interesse das administrações de se auxiliarem - cedendo remédios necessário para outro hospital, por exemplo.
Segundo a federação, os hospitais costumam trabalhar com estoques não tão altos porque muitos dos itens são perecíveis ou de rápido vencimento, o que gera essa complicação em casos emergenciais. Além disso, fora a falta de reposição de estoque por causa da greve, a situação acontece justamente em um momento de alta demanda nos hospitais, que têm recebido muitos pacientes com problemas respiratórios, por exemplo.
Veja a situação de alguns* hospitais de Curitiba:
*Procurados, os hospitais de Clínicas, Evangélico, Angelina Caron e Vita não responderam à reportagem.
Hospital São Vicente
No São Vicente, a situação é de alerta. Segundo a assessoria de imprensa, já estão faltando itens como pães e leites usados em dietas especiais, frutas e verduras, além de alguns medicamentos como contrastes para procedimentos cardíacos em estoque mínimo.
Hospital Pequeno Príncipe
O hospital afirmou que pode continuar atendendo normalmente até o começo da próxima semana. Nenhuma consulta ou procedimento chegou a ser cancelado, mas já há um plano de contingência em ação. O procedimento consiste em abastecer setores que podem usar apenas um tipo de medicamento específico, por exemplo, deixando os similares para setores que têm flexibilidade.
Hospital Ônix
A reportagem não obteve resposta da administração de hospital, mas uma paciente chegou a relatar que teve cirurgia desmarcada nesta sexta-feira (25), por falta de instrumentação. Segundo a recepção, demais atendimentos estão normalizados.
Hospital Cajuru
O hospital afirma que os estoques de medicamentos e alimentos não estão com níveis críticos, e não informou até quando devem durar.
Hospital Erasto Gaertner
O hospital conseguiu reposições de alguns fornecedores de Curitiba e, por enquanto, não se encontra em situação crítica. Ainda nenhum procedimento foi cancelado, mas o plano de contingência já teve início para roupa hospitalar e coleta de resíduos. Essa logística deve ser mantida até segunda-feira (28), e, caso a greve não tenha terminado, a situação será revista.
Hospital Marcelino Champagnat
O hospital afirma que os estoques de medicamentos e alimentos não estão com níveis críticos, e não informou até quando devem durar.
Hospital Nossa Senhora das Graças
No momento a greve não afetou os estoques do hospital, que ainda tem medicamentos e materiais de rotina para cerca de três semanas. Apenas os produtos de tratamentos específicos, que são transportados de outros estados, tiveram de receber outra logística - o que aumentou os custos em aproximadamente 30%. Apesar disso impedir o desabastecimento, o isso deverá gerar um rombo financeiro no hospital, que é uma entidade filantrópica e mantém outros cinco hospitais no Paraná e em Santa Catarina.
Hospital do Trabalhador
A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) afirma que não há desabastecimento no Hospital do Trabalhador - assim como todas as unidades da rede administrada pela secretaria. Isso porque, ao longo da semana, todos os caminhões com suprimento chegaram aos seus destinos.
Hospital Pilar
A reportagem entrou em contato com o hospital, que escolheu não se manifestar.
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