A dinâmica de atendimentos no maior hospital do Paraná está em transformação. Depois de suspender os procedimentos eletivos (consultas, exames e cirurgias) para garantir a estrutura de retaguarda para o tratamento de Covid-19, o Hospital de Clínicas (HC) promove mais uma série de mudanças no fluxo de trabalho para tentar minimizar os impactos do novo coronavírus. Uma das medidas foi isolar um andar inteiro, o sétimo, que passará a abrigar exclusivamente os casos suspeitos da doença.
RECEBA notícias sobre o Paraná pelo WhatsApp
Inclusive as entradas do hospital foram segregadas – enquanto profissionais que trabalham na área reservada e casos suspeitos de Covid-19 acessam o HC por uma porta lateral, os demais pacientes e servidores usam a entrada principal. Mas mesmo o acesso ao hospital está restrito. Uma tenda foi montada em frente para fazer a triagem de quem chega para tratamentos que não podem ser interrompidos, como os oncológicos. Assim, só depois de ter a temperatura aferida e de responder a perguntas feitas pela equipe de enfermagem é que os pacientes são autorizados a entrar no HC.
Quem passa pela frente do hospital e vê a tenda erguida, num local escolhido por ser adequado à triagem e arejado, pode achar que o HC montou uma estrutura para diagnóstico de casos de Covid-19, mas não se trata disso. A direção destaca que o hospital só atende doentes encaminhados por outras unidades de saúde. Por ser um estabelecimento de referência, o HC acaba recebendo casos mais complexos. Um exemplo é uma mulher de 63 anos que está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Moradora de São José dos Pinhais, ela pode ter sido infectada em uma viagem a São Paulo.
Reforços
Para dar opção aos profissionais de saúde que não podem voltar para casa, por morarem com pessoas do grupo de risco, ou mesmo que não se sentem confortáveis com a possibilidade de serem vetores da doença, está em avaliação a possibilidade de usar o alojamento do estádio Couto Pereira. Algumas adaptações seriam necessárias.
Também há a possibilidade de reforço na equipe. A empresa responsável pelas contratações de pessoal nos hospitais ligados a Universidades Federais lançou um edital para 6 mil vagas imediatas e temporárias. Trata-se de um cadastro de reserva, sem quantidade de profissionais a serem destinados a cada unidade. À medida que houver aumento na demanda ou afastamentos, os profissionais serão chamados.