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Elisandra e Rodrigo Pedroso com a filha Carolini, que fez tratamento gratuito de um tumor no projeto solidário no INC. | Marco Charneski/Tribuna do Parana
Elisandra e Rodrigo Pedroso com a filha Carolini, que fez tratamento gratuito de um tumor no projeto solidário no INC.| Foto: Marco Charneski/Tribuna do Parana

Um hospital particular de Curitiba está oferecendo tratamento gratuito para crianças carentes com tumor cerebral. Há quatro meses, pacientes já diagnosticados estão sendo tratados no programa INC Neuro Kids, do Instituto de Neurologia de Curitiba (INC), a custo zero. O pacote engloba desde simples exames até cirurgias de ponta.

Desde que o projeto saiu do papel, seis crianças já foram beneficiadas. Por ainda estar na etapa inicial, os atendimentos contemplam até dois pacientes por mês, selecionados com base em critérios clínicos e econômicos em ordem de gravidade, urgência e renda familiar.

A ideia, no entanto, é ampliar as vagas conforme novos parceiros forem surgindo: pessoas e empresas que possam fazer doações para que mais crianças recebam atendimento médico. Hoje as colaboração externas são suficiente para bancar até 20% do custo das cirurgias, valor que é empregado na compra dos materiais e medicamentos. “Se aumentar o número de parceiros, vai dar para aumentar o número de crianças atendidas. A gente tem uma chance real de isso acontecer”, confia Regina Ramina Montibeller, diretora-executiva do INC.

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A realidade dramática do sistema público de saúde, que muitas vezes não tem condições de oferecer tratamento adequado a crianças diagnosticadas, foi um dos principais motivos que levou o centro médico a estudar a oferecer ajuda especializada gratuita às famílias quem não têm condições de arcar com um tratamento caro.

INC busca parceiros para estender o tratamento gratuito a crianças carentes. Cassiano Rosario/Gazeta do Povo

Os pacientes selecionado têm acesso não apenas a consultas e exames de graça, mas também a técnicas cirúrgicas mais seguras e menos invasivas. “Temos uma estrutura de primeiro mundo em questão de equipamentos, de preparação e formação dos médicos. Por isso, decidimos dar este presente para a sociedade. A gente procura fazer o melhor e isso com certeza torna o prognóstico outro”, ressalta Regina.

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Segundo a diretora do hospital, a preferência é por crianças e adolescentes que moram em Curitiba ou cidades próximas, já que o tratamento muitas vezes exige acompanhamento rigoroso mesmo após a cirurgia. No entanto, não há barreiras geográficas impostas na seleção. “Atendemos pessoas de fora também. Tem uma paciente que veio de Macapá, diagnosticada lá com um tumor inoperável. Ela veio, fez a cirurgia e só não foi embora porque não tem onde fazer quimioterapia no estado em que mora”, relata a diretora.

Gratidão

A técnica de enfermagem Elisandra da Silva Pedroso, 35 anos, nunca mais vai esquecer o que ouviu quando soube que a única filha, Carolini, de 14 anos, teria que passar por uma cirurgia urgente para retirar um tumor que cobria boa parte da hipófise – região do cérebro que, entre outras funções, regula a secreção de hormônios.

Moradora de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, ela buscou ajuda médica porque a adolescente tinha uma altura bem incompatível com a de outras garotas de sua idade. Inicialmente, a família acreditou ser apenas de uma irregularidade hormonal. Mas aí veio a notícia de se tratava de um tumor.

Carolini foi diagnosticada em outubro de 2018 e, pela urgência do quadro, teria de ser submetida a uma cirurgia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no dia 19 de dezembro. O processo foi rápido, mas assustador. Na conversa com o médico, ficaram claras as possibilidade de sequelas, como a perda de visão, já que o tumor só poderia ser retirado mediante um corte na cabeça de orelha a orelha. “Você não imagina como é difícil assinar o termo de consentimento dizendo que a sua filha vai poder morrera”, relembra a mãe.

Não conformada, a mãe encontrou informações do projeto do INC no próprio site do hospital e decidiu tentar. Dois dias depois de enviar os exames e as informações, Carolini foi aprovada para receber o tratamento gratuito. A cirurgia foi dia 9 de janeiro, sem cortes, porque o tumor foi puxado pelo nariz. E o mais importante: sem sequelas.

“É um projeto gratificante. Eles devolveram uma vida e tiraram um peso das nossas costas porque a gente tinha acabado de passar por um hospital que disse que tudo de ruim iria acontecer”, agradece Elisandra.

Para participar da seleção do projeto INC Neuro Kids, os exames e o histórico clínico do paciente devem ser enviados para o email incneurokids@hospitalinc.com.br ou pelo telefone (41) 3373-7723. Os contatos são os mesmos para empresas ou pessoas físicas que queiram colaborar com o projeto. Mais informações no site do projeto INC Neuro Kids.

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