“Não posso dar o exemplo errado e fazer uma construção onde não pode”. Com essas palavras, o apresentador Luciano Huck explicou no programa que foi ao ar neste sábado (8) a decisão de não reformar a casa de Edilaine Aparecida de Lima, 34 anos, moradora da Vila 29 de Outubro, na Caximba, em Curitiba.Em contrapartida, Huck doou um caminhão cheio de material para ajudar a Biblioteca Amigos do Caximba, que atende 180 crianças do bairro.
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A doação contou com centenas de mesas, cadeiras, eletrodomésticos, um fogão industrial, uma geladeira, utensílios de cozinhas, produtos para limpeza e pintura, além de um vale-compras no valor de R$ 10 mil. “Me lembra Haiti, tem cara de África”, disse Huck em visita ao bairro.
“Tudo aqui é ilegal e foi difícil vir aqui como tevê Globo, mas a tua história é muito legal para não ser compartilhada”, explicou o apresentador à moradora.
Mãe de quatro filhos, Edilaine foi expulsa de casa pela família de classe média aos 15 anos, quando engravidou pela primeira vez. Viúva duas vezes, Edi deixa de lado as histórias tristes quando se fantasia de Emília – aquela, do Sítio do Pica Pau Amarelo – para contar outras narrativas, mais alegras, às crianças atendidas.
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Na Biblioteca Amigos da Caximba, Edilaine e outras voluntárias promovem atividades lúdicas para meninos e meninas entre 4 e 16 anos, além de almoço e lanche, de quarta a sábado. Todas as atividades são gratuitas e viabilizadas graças a doações.
Em agosto, a notícia que o quadro Lar Doce Lar reformaria uma casa na Caximba, causou a intervenção do prefeito Rafael Greca (PMN), que ligou para o apresentador pedindo para que não realizasse as obras. "Eu pedi a ele que não financiasse uma construção irregular. Até me dou bem com ele, mas não podia permitir isso”, contou Greca à Gazeta do Povo, no dia 20 de agosto.
A prefeitura, que trabalha para retirar parte dos moradores da região do Caximba, afirma que está fazendo o que pode: cadastrou os moradores, congelou a área e busca financiamento para colocar todo o projeto do chamado Bairro Novo da Caximba em prática. “Isso não acontece na velocidade de um post de Facebook nem de um programinha de televisão”, disse Greca.
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