Três policiais militares e um policial civil foram presos em operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público do Paraná (MP-PR), na manhã desta quarta-feira (18). Os trabalhos são uma continuidade das investigações sobre o incêndio que destruiu cerca de 300 casas na Vila Corbélia, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), logo após o assassinato do soldado Erick Norio na comunidade, em dezembro de 2018. A morte de três pessoas possivelmente relacionadas à situação também estão na mira do grupo.
Foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão. Não havia mandados de prisão, mas, durante as averiguações, os quatro policiais foram presos por porte ilegal de arma - o que não indica, necessariamente, envolvimento deles nos casos apurados.
Esta é a segunda operação do ano feita para crescer o rol de provas sobre o caso. Em janeiro, operação conjunta entre Gaeco e Corregedoria da Polícia Militar também tinha como alvos PMs suspeitos, incluindo dois que foram filmados por um morador da Vila Corbélia atirando a esmo contra casas horas antes do incêndio que destruiu centenas de residências no local, onde vive uma grande comunidade de refugiados haitianos.
Pelo fato de investigação ocorrer em sigilo, o Gaeco não adiantou o total de PMs que estão sendo investigados. No entanto, afirmou que morte do soldado já está praticamente solucionada, enquanto as apurações sobre o incêndio e a morte dos três civis estão em reta final.
"Estamos avançando para concluir", afirmou o promotor e coordenador do Gaeco, Leonir Batisti. "A morte do soldado foi mais facilmente resolvida. A morte dos demais e o incêndio são uma coisa mais complexa, inclusive, pelo volume de pessoas que teoricamente poderiam ter participado de alguma forma".
Dezesseis dos mandados desta quarta foram cumpridos em Araucária, na região metropolitana, e os demais em Ponta Grossa, Campos Gerais do Paraná, e em São José do Seridó, município do Rio Grande do Norte.
O caso
A morte do soldado Norio foi o estopim das mortes e do incêndio na CIC. O PM foi assassinado com tiros de uma submetralhadora de uso é exclusivo das Forças Armadas ao ir à Vila Corbélia atender uma chamada de perturbação de sossego. O suspeito de matar o PM se apresentou no mesmo dia do crime, mas foi liberado porque não havia flagrante nem mandado aberto contra ele. Depois de um processo instaurado, ele foi preso quatro dias depois em uma casa no bairro Boqueirão.
Além do soldado Norio, que foi assassinado a tiros enquanto atendia a um chamado de perturbação de sossego, dois homens foram mortos na Vila entre os dias 7 e 8 de dezembro.
Uma das mortes, informou a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) à época, foi na hora do incêndio. O outro caso teria ocorrido logo após o episódio. Uma terceira situação envolvia um motorista de aplicativo que teria ido levar uma passageira à Vila Corbélia algumas horas após o assassinato do soldado Erick.
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