Depois do aumento significativo no número de assaltos ao redor do Hospital Erasto Gaertner, os moradores do Jardim das Américas exigem melhorias na segurança. Para isso, querem a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) para apurar como os R$ 3,7 bilhões do orçamento destinados para a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) do Paraná em 2017 estão sendo investidos para resolver o problema não apenas no bairro, mas em toda a capital.
Na manhã desta segunda-feira (21), os representantes do Conselho de Segurança (Conseg) do bairro se encontraram com o vereador Hélio Wirbiski (PPS), que também é morador da região, para buscar apoio. “Até eu já tive minha casa invadida. Vivemos um momento muito difícil na região”, lamenta o parlamentar. “Tentamos atuar junto às forças de segurança e até somos atendidos, mas infelizmente a infraestrutura não tem dado conta do número de crimes e da violência”.
Segundo ele, o caso já foi denunciado na Câmara Municipal de Vereadores com o objetivo de fazer um apelo à Polícia Militar. “Não podemos continuar vivendo nessa insegurança. Quero que seja refeito o planejamento de segurança em Curitiba e que nossa região seja atendida. Todos os dias têm notícias de pessoas na região sendo atacadas”, pontuou.
Na conta do advogado que lidera a denúncia, Geraldo Mocelin, a Sesp tem R$ 10 milhões por dia para usar em favor da população. “Temos esse orçamento. E onde estão estes 10 milhões, que a gente não vê? É isso que nós queremos saber e, por isso, vamos pedir que a CPI seja aberta”, argumentou. “Não só o Jardim das Américas, mas o resto da cidade também tem sofrido”.
Por meio de nota, a Sesp afirma que o orçamento da pasta é projetado anualmente de acordo com a estimativa de receita do governo estadual para aquele ano e que a “perspectiva para 2017 é de gasto de cerca de 70% do orçamento total com pessoal, outros 15% para manutenção e custeio e 15% para investimentos”.
“Em 2016, cerca de 90% do orçamento foi executado pela Sesp – comprovando que a pasta não mede esforços para executar de forma plena o que está orçado. O restante diz respeito aos recursos de convênios federais que não puderam ser executados, mas estão assegurados em contas bancárias, e a outra parte volta para o caixa único do Estado”, conclui a secretaria.
Confira a nota da Sesp na íntegra
Principais Reclamações
De acordo com os moradores, o grande número de imóveis abandonados na região contribui para a permanência de usuários de drogas na região e, com isso, o aumento no número de assaltos a fim de alimentar o vício dessas pessoas. “É vandalismo, quebram tudo, arrancam fiação, torneira. Todo dia tem uma novidade aqui no bairro”, confirma uma dona de casa.
A prefeitura de Curitiba explica que não pode entrar em terrenos particulares para realizar abordagens. Porém, quando constatado o uso do imóvel para esse fim, o local é incorporado ao roteiro das ações integradas de abordagem. Para que isso aconteça, a orientação é que a denúncia seja feita através da Central 156.
Os moradores também reclamam que a Polícia Militar (PM) demora quando é chamada para atender as frequentes ocorrências no Jardim das Américas. “Eles vêm, mas quando vêm, o bandido já correu”, lamentou uma dona de casa.
Segundo a PM, o trabalho de policiamento preventivo está sendo feito no bairro, nas imediações de linhas de ônibus, pontos e nas proximidades do Hospital Erasto Gaertner. Segundo a corporação, o trabalho de patrulhamento feito na região tem resultado em prisões e apreensões, mas nenhuma estatística a respeito disso foi divulgada. Outro ponto crítico e que vem sendo alvo de várias reclamações é a região do Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que atuam principalmente na passarela que liga os dois lados do campus. na semana passada, um arrastão foi registrado na região da universidade.
Confira a nota da Sesp na íntegra:
“A Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (Sesp) informa, primeiramente, que o orçamento da pasta é projetado anualmente de acordo com a estimativa de receita do Governo do Estado para aquele ano e contempla, ainda, recursos de convênios federais, além de, por exemplo, o empréstimo firmado junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
A perspectiva para 2017 é de gasto de cerca de 70% do orçamento total com pessoal, outros 15% para manutenção e custeio e 15% para investimentos.
Em 2016, cerca de 90% do orçamento foi executado pela Sesp – comprovando que a pasta não mede esforços para executar de forma plena o que está orçado. O restante diz respeito aos recursos de convênios federais que não puderam ser executados, mas estão assegurados em contas bancárias, e a outra parte volta para o caixa único do Estado.
Um exemplo disso são as 14 obras de construção e ampliação de unidades prisionais que estão sendo feitas neste ano e serão finalizadas em 2018”.