Uma informação falsa circula pela internet dizendo que o inverno de 2018 será o mais rigoroso dos últimos 100 anos no Brasil. Trata-se de um dado incorreto, que ganhou repercussão em outros países, quando se usou o fenômeno La Niña para justificar a previsão. No entanto, os institutos de meteorologia trataram de logo desmentir o boato.
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Segundo a meteorologista Ana Beatriz Porto, do Instituto Simepar, a notícia não é verdadeira por vários motivos, entre eles o período aplicado pelos principais institutos de meteorologia do país para realizar as medições. “O trabalho no Simepar é feito por estação. Só após o outono, vamos começar o ciclo de previsões sobre o inverno, pois, geralmente, não se faz previsão para um período tão longo. A maioria dos institutos trabalha com esse horizonte”, afirma. A meteorologista ainda disse que quem divulgou a falsa informação pode ter tido seus motivos, mas não há nada que demonstre que eles foram embasados. “Todos os órgãos estão tendo que desmentir. Meu conselho é que, antes de compartilhar, as pessoas procurem fontes mais seguras, um centro de previsão do tempo confiável”, afirmou.
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“Notícias falsas estão em todas as áreas. Tem que procurar se informar em fontes seguras”, disse Ana Beatriz, enquanto desmentia a fake news.
Uma das explicações da fake news para um inverno tão rigoroso seria a forte presença do La Niña. Segundo a informação falsa, esse fenômeno meteorológico, que tem relação com as variações de baixa temperatura dos oceanos, jogaria os termômetros lá para baixo. Mas, o meteorologista Solismar Prestes, coordenador do 8º Distrito do Inmet, do Rio Grande do Sul, desmentiu a informação, afirmando, inclusive, que as temperaturas mais altas deste outono comprovam o enfraquecimento do La Niña. “A presença de massas de ar mais quente e seco demonstram que o La Niña está perdendo força. Por causa disso, é muito mais provável que tenhamos um atraso no início do inverno do que qualquer outra coisa”, apontou Prestes.
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Para ele, a única verdade é que, provavelmente, o inverno deste ano seja mais frio do que em 2017, quando as temperaturas do período foram um pouco mais elevadas do que o normal. “Essa explicação até daria para aceitar, mas não dizer com tanta precisão que o inverno de agora será o mais frio de todos. Isso não deve ocorrer. O inverno deste ano deverá se enquadrar dentro de padrão de normal, como os monitoramentos meteorológicos vêm apontando”, disse o coordenador do Inmet.
Frio virá
Os meteorologistas, tanto do Inmet quanto do Simepar, rassaltaram que desmentir a informação de que esse inverno não será o mais rigoroso dos últimos 100 anos não significa que o frio não virá em 2018.
“Esfriar no inverno é um fenômeno natural, principalmente no Sul do Brasil”, brinca Solismar Prestes. “Claro que teremos dias com temperaturas baixas, mas as condições oceânicas devem estar sem anomalias, o que não deve causar alterações bruscas nas previsões meteorológicas no período”, afirmou.
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