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Curitiba e Região Metropolitana devem receber ainda neste mês um novo radar meteorológico capaz de fazer um “raio-x” em tempestades, prever deslizamentos e, dessa forma, ajudar a evitar tragédias causadas pelas chuvas. O equipamento foi cedido ao estado por uma empresa japonesa e começa a operar no começo do ano que vem.

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Segundo a Defesa Civil, o radar meteorológico Banda X tem uma tecnologia que consegue “ler” dentro da nuvem, ou seja, indicar o tipo de chuva que está chegando. Com isso, o órgão espera uma precisão maior tanto nas previsões quanto nos trabalhos de prevenção em toda a região. “A qualidade da imagem que ele traz permite analisar o que tem dentro da nuvem, se tem só água, se tem gelo, qual é o tamanho da pedra. É outra tecnologia, que vai varrer com mais qualidade essas informações e apoiar nossas ações de prevenção”, explica o coordenador executivo da Coordenadoria de Proteção e Defesa Civil do Paraná, tenente-coronel Edenilson de Barros.

Hoje, o Paraná tem outros dois radares de precisão meteorológica instalados no estado: um em Teixeira Soares, no Centro-Sul do estado, e em Cascavel, na região Oeste. Ao contrário desses, que são de longo alcance, o Banda X é de curto alcance, mas sai na frente pela qualidade da imagem que consegue formar – motivo pelo qual é apontado como uma tecnologia diferencial para o estado.

Além disso, softwares do novo radar também vão conseguir prever deslizamentos em uma área de 20 km por 30 km entre a parte norte de Almirante Tamandaré e praticamente toda a região de Rio Branco do Sul – uma área escolhida a dedo por ser uma região com histórico de deslizamentos.

Na prática, o novo modelo vai incorporar dados históricos bem específicos para emitir alertas precoces do risco de deslizamento em situações críticas. Todos os modelos matemáticos de probabilidade gerados pelo programa passarão por análise dos meteorologistas do Simepar, que ficarão encarregados de passar o “produto final” a agentes da Defesa. “Não é simples prever isso. Veja, por exemplo, o Litoral em março de 2011, quando choveu entre 300 a 400 mm em uma hora e desceu toda aquela quantidade de massa, de árvores. Depois disso, tivemos chuvas muito próximas aquele índice em que não aconteceu absolutamente nada. Por isso esse equipamento analisa várias informações, desde a força da chuva, a umidade do solo, uma série de dados que, juntos, podem ser interpretados como alerta”, acrescenta Barros.

O Banda X vai ficar instalado na sede do Simepar em Curitiba, no Campus Politécnico do UFPR, no Jardim das Américas. A partir dali, ele conseguirá definir com mais clareza o perfil das tempestades que se aproximam em um raio de até 40 km.

Em um primeiro momento, a análise sobre deslizamentos ficará concentrada entre Almirante Tamandaré e Rio Branco do Sul. Uma ampliação desta área dependeria de licitação de novas empresas que possam aprimorar o equipamento, o que não está previsto em um primeiro momento.

Sem custo

O radar meteorológico Banda X foi cedido pela empresa Japan Radio Company (JRC) por meio de uma parceria com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), da qual o Paraná faz parte. Por isso, segundo a Defesa Civil, o aparelho não traz qualquer custos ao estado. Sem a parceria, se fosse para o radar ser comprado, o investimento seria em torno de U$ 350 mil.

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