Os jovens são as vítimas mais comuns de atropelamentos nas canaletas de ônibus de Curitiba. E os cruzamentos próximos a escolas despontam como os pontos mais problemáticos, segundo o Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), já que eles reúnem desatenção e um alto fluxo de pessoas, o que contribui para o aumento no número desse tipo de ocorrência.
Somente nos quatro primeiros meses de 2017, por exemplo, cinco pessoas já foram atropeladas enquanto atravessavam pela canaleta. O caso mais recente aconteceu no último dia 15, quando uma jovem de 14 anos foi atropelada por um biarticulado na esquina das avenidas Silva Jardim e Marechal Floriano Peixoto, no Rebouças, próximo ao Colégio Estadual Dr. Xavier Silva. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a menina atravessava o cruzamento com o sinal aberto para o ônibus e não percebeu a aproximação do veículo.
De acordo com o tenente Ismael Veiga, do BPTran, o celular é o principal responsável pela maioria desses acidentes. “A maioria dos atropelamentos acontece por falta de atenção. O uso do celular ou de outros dispositivos eletrônicos faz com que o jovem não esteja atento ao que acontece à sua volta”, destaca. Além disso, Veiga destaca que os cruzamentos próximos a escolas se tornam ainda mais suscetíveis a acidentes porque eles acumulam muita informação, seja com o alto tráfego de veículos e pessoas ou mesmo com lojas – elementos que distraem o pedestre.
Outro grupo de risco, segundo Veiga, é o dos idosos. A diferença é que, para eles, a causa dos atropelamentos é um pouco diferente. “Eles não estão conseguindo se adaptar à rotina das cidades. O ritmo é muito rápido para eles”, aponta o tenente do BPTran. O órgão, porém, não divulgou quais são os pontos que mais registram ocorrências relacionadas a esse público.
Ainda assim, os números registrados na capital representam uma queda significativa em relação àquilo que se viu no ano passado. No período de janeiro a abril de 2016, foram 12 atropelamentos em canaletas, com um óbito em um deles. Ao todo, foram 26 ocorrências ao longo do ano passado. Contudo, como relembra Veiga, a redução nos índices não é motivo para descuido. “É preciso atravessar na faixa [de pedestres] e sempre de olho na rua, não no celular”.
Trânsito complicado
O BPTran soma 34 ocorrências em canaletas somente em 2017 - número que engloba todo tipo de acidente nesse local e não só atropelamentos. A grande maioria delas resultados de imprudência, como uso indevido da via por ciclistas e outros veículos, além de conversão à esquerda.
“A canaleta é exclusiva para os ônibus e isso dificulta a reação por parte dos motoristas quando ele se depara com algo que não deveria estar ali”, explica o tenente.
Ao longo de todo o ano de 2016, essas irregularidades no trânsito resultaram em 122 acidentes nas caneletas, com 117 pessoas feridas e em um óbito.
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