Com a proximidade da temporada, quem tem casa na praia está tendo uma ingrata surpresa: ao chegar ao Litoral, eles descobrem que o imóvel foi invadido por ladrões e todos os seus bens saqueados. Mais do que isso, em alguns casos, os criminosos não apenas levam móveis e eletrodomésticos como ainda deixam recados ironizando dos donos dos imóveis.
“Muro baixo, trouxa”, diz a pichação no muro de uma casa invadida no balneário Praia de Leste, em Pontal do Paraná. Na mesma quadra, outros quatro imóveis foram arrombados. E quem mora na região diz que já não sabe mais o que fazer. Marli Tavares Côrrea, de 54 anos, conta que cenas assim já se tornaram frequentes na cidade.
“Andando pelas ruas, eu vejo casa arrombada, pichada. Esses dias eu vi uns rapazes saindo de uma casa com televisão e até achei que era o vizinho que estava se mudando, mas não era”, relembra. “Não está fácil”. Segundo ela, os bandidos se aproveitam que as casas ficam vazias para atuar livremente.
No entanto, isso não significa que a população do balneário está a salvo da ação dos ladrões. Outra moradora da cidade, Ivone Lopes conta que os criminosos agem da mesma forma também com quem passa o ano em Praia de Lesta. “Ne minha casa, eles entraram enquanto eu estava no trabalho. Levaram diversos pertences nossos”, conta. Para ela, o litoral precisa de segurança o ano todo e não apenas durante o verão. “Só lembram do litoral durante a temporada de verão, mas e ao longo do ano? Quem mora aqui sofre muito com a violência. Até mesmo uma caminhada pela cidade está difícil”, protesta.
Por todo o litoral
A insegurança não se restringe apenas ao balneário de Praia de Leste. Em Matinhos, as reclamações dos moradores são bem parecidas. Por lá, as casas também estão sendo roubadas e uma série de mortes violentas aconteceram nos últimos dias, algo que preocupa ainda mais quem mora na região.
Maria do Socorro Alves, de 36 anos, tem casa na cidade e diz que o imóvel também foi invadido por ladrões neste ano. No entanto, segundo ela, é o alto índice de homicídios que realmente preocupa. “Eu tenho medo de estar por lá durante a temporada, já que presenciei um tiroteio no ano novo. Antigamente a gente sabia quem morava na cidade, hoje vemos que a violência está absurda por lá. Tenho medo”.
Guaratuba também coleciona episódios de arrombamentos em casas. Um leitor relatou os frequentes assaltos na rua casa de praia da família, no bairro Nereidas. “Meu sogro tem casa lá e, na rua da casa dele, entraram em cinco casas”, conta o morador que não quis se identificar. “Lá era um lugar tranquilo e agora até caminhar na rua está difícil. Fora da temporada é muito vazio e eles se aproveitam da situação. Tá complicado mesmo, a gente precisa de segurança o ano todo”.
Fiscalização ampliada
A Polícia Militar (PM) explica que Pontal do Paraná, Matinhos e Guaratuba, recebem diariamente atenção da polícia por meio do 9º Batalhão da PM, com diversas modalidades de policiamento, como radiopatrulha, ROTAMs (Rondas Ostensivas Tático Móvel) e módulo móvel. O órgão reforçou que o trabalho vem sendo feito com os meios humanos e materiais disponíveis, priorizando as ocorrências de perigo à vida.
“Nestas cidades, o trabalho diário tem resultado em várias prisões e apreensões. No entanto, muitas pessoas que têm problemas com roubos não registram o Boletim de Ocorrência, documento importante para o embasamento do policiamento. A população que registrou boletim de ocorrência e precisa de resposta sobre o caso deve procurar a Polícia Civil para ver o andamento das investigações”, orienta a corporação.
Desde o início de novembro, o litoral está recebendo apoio da Ação Integrada de Fiscalização Urbana (AIFU), nos finais de semana, que já abordou 712 pessoas e 31 veículos (destes carros dois foram recolhidos), autuou 19 pessoas por perturbação do sossego e lavrou 11 autuações de trânsito. A PM promete que estas ações vão continuar.
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