A Polícia Científica entregou na tarde desta quinta-feira (22) ao delegado Amadeu Trevisan, que investiga a morte do jogador Daniel Corrêa, os laudos periciais realizados no corpo, na casa da família Brittes e no veículo utilizado para transportar o jogador, que ainda estava vivo quando chegou ao local onde o corpo dele foi encontrado, em uma área afastada de São José dos Pinhais. A principal conclusão dos peritos é de que a causa da morte de Daniel foi a degola parcial. Nesta quarta (21), sete foram indiciados por crimes diversos relacionados à morte do atleta.
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De acordo com o diretor do IML, Paulino Pastre, o corte profundo no pescoço do jogador chegou a expor a coluna vertebral. Paralelamente, Daniel teve o órgão sexual decepado. “Não dá para afirmar se a emasculação ocorreu antes ou depois da degola, mas certamente a causa da morte foi a degola”, reiterou.
Os laudos feitos na residência de Edison Brittes, assassino confesso do jogador, e no veículo usado por ele para levar Daniel até a área rural apontaram vestígios de sangue, mas não se pôde concluir que o sangue era compatível com o de Daniel, pois, segundo os peritos, o carro e a casa foram limpos e as amostras coletadas não foram suficientes para determinar isso.
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Os exames de DNA também comprovaram que não havia sêmen na casa e no corpo de Daniel, o que pode indicar que ele não havia tido relação sexual. Isso fortalece a tese da Polícia Civil de que o argumento usado por Edison Brittes de que ele só matou o jogador porque ele teria tentado estuprar sua esposa, Cristiana Brittes, é mentira.
Não agiu sozinho
Os laudos sugerem também que Daniel foi arrastado para fora do carro em direção ao matagal por duas pessoas, uma segurando um dos braços da vítima e a outra segurando as pernas.
Também havia poucos vestígios no local onde o corpo foi deixado, por ser um terreno com bastante vegetação. A perícia não encontrou sinais de arrasto do corpo, o que levou a equipe a concluir que Daniel foi carregado.
Os documentos da perícia serão encaminhados ao Ministério Público Estadual, que agora será o responsável por encaminhar a denúncia à Justiça. De acordo com o diretor da Polícia Científica, Leon Grupenmacher, os laudos serão anexados ao inquérito e à denúncia do MP, como complemento às investigações. “A nós da perícia não cabe emitir opiniões sobre o caso. Nosso papel é traduzir o que foi encontrado no local do crime e nos exames e entregar isso às autoridades que conduzem o inquérito”, afirmou.
Em nota divulgada à imprensa, a defesa técnica de Edison Brittes Junior, Cristiana Rodrigues Brittes e Alana Brittes informou que só irá se manifestar a respeito dos laudos periciais após tomar conhecimento integral de seu conteúdo.
Inquérito
A Polícia Civil concluiu na quarta-feira (21) o inquérito da morte do jogador. Sete pessoas foram indiciadas por diferentes crimes, desde homicídio qualificado até coação de testemunhas. O documento, com mais de 370 páginas, traz depoimentos, provas, relatórios policiais e laudos periciais solicitados durante a investigação – que durou 25 dias.
Edison Brittes Jr., assassino confesso do atleta, foi indiciado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, assim como Eduardo da Silva, Ygor King e David Willian da Silva. A esposa de Edison, Cristiana Brittes, e a filha do casal, Allana Brittes, foram implicadas por coação de testemunha e fraude processual. Já Eduardo Purkote, último a ser preso no caso, foi indiciado por lesões corporais graves. As penas somadas podem ultrapassar 40 anos de reclusão, segundo a polícia.
Durante a entrega do inquérito ao Ministério Público, o delegado Amadeu Trevisan classificou Edison Brittes como um “psicopata e doente”. De acordo com o delegado, a frieza de Brittes explica a coação das testemunhas e de outros participantes do crime.
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