Nélson Sargento: o mestre abre os braços para Curitiba.| Foto: Gazeta do Povo

Aos 95 anos, Nélson Sargento está impossível. O baluarte mangueirense que faz único show em Curitiba neste sábado (26) como grupo Braseiro, no Teatro Sesi (Campus da Industria), às 20h, tem realizações extraordinárias neste ano de 2019. Os ingressos custam a partir de R$ 25 e são vendidos no Disk Ingressos.

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Depois de ser um dos destaques do desfile campeão da Mangueira no carnaval, Nélson ficou duas semanas no Japão, entre os meses de agosto e setembro.

Na terra do sol nascente, ele foi homenageado por escolas de samba locais e fez dois shows com ingressos esgotados numa grande casa de shows na cidade de Yokohama.

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Na volta roubou a cena no Rock in Rio com uma exposição de seus quadros e um show memorável no qual ganhou o título de artista mais velho e a se apresentar no festival.

Um recorde difícil de ser batido. Enquanto isso está gravando um disco novo, cheio de sambas inéditos.

Clássicos ao vivo

No show em Curitiba, Nélson é convidado do sexteto Braseiro que vai tocar só músicas do mestre mangueirense, metade delas com a presença de Nélson no palco. Clássicos como Ciúme Doentio, Idioma Esquisito, Falso Amor Sincero, Encanto da Paisagem (veja o vídeo abaixo) e Agoniza, Mas Não Morre estão certamente no repertório.

No ano passado, Nélson esteve em Curitiba em show que dividiu com Criolo. O mestre tem uma relação carinhosa com a cidade. "Se pudesse ia para aí uma vez por mês", brinca.

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A história da música de Nelson Sargento começou no Morro da Mangueira, na zona norte do Rio de Janeiro, na década de 1930.

Ele mudou-se do Salgueiro para lá aos 12 anos, com a mãe e logo foi adotado pelo sambista Alfredo Português, um marinheiro luso que cometia seus poemas batucando nos tamancos.

Do exército ao samba 

Seis anos depois, Nelson serviu o Exército, até chegar à patente que transformou em nome de guerra.

Em entrevista à Gazeta do Povo no seu aniversário de 50 anos, ele contou como sua própria vida o surpreendeu. “Nunca imaginei que viajaria o mundo todo com minha música. Eu servi o exército para me libertar. Fiquei lá quatro anos. Quando dei baixa, eu só sabia fazer duas coisas: pintar parede e cantar samba”.

A coisa mudou de patamar quando, em 1964, integrou, ao lado de Zé Kéti, Paulinho da Viola e outros, o conjunto A Voz do Morro, formado no lendário Zicartola em 1964, e fez parte do musical Rosa de Ouro, no ano seguinte. Ali trocou a profissão de pintor de paredes pela de músico.

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De lá para cá, Nélson virou cidadão do mundo como artista plástico, cantor e compositor, historiador do samba e escritor de poemas e aforismos que refletem seus pensamento como esse:

“Se você não espalhar o que viu, a história não anda. O samba é um grande delator”.

Pois este sábado é dia de ver Nélson Sargento ao vivo espalhando o que viu por aí.