O maior mural a céu aberto pintado por um único artista na região de Curitiba fica na cidade vizinha de Pinhais. Com a assinatura de Marcelo Diamant, o mural de 144 metros de comprimento e quase três metros de altura em uma das avenidas mais movimentadas da cidade na Região Metropolitana.
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O trabalho reproduz imagens de animais da fauna brasileira e dos povos indígenas do país. A execução da pintura levou três meses, entre agosto a outubro deste ano.
Segundo o autor, representou uma volta pessoal à arte. Aos 40 anos, Diamant conta que começou a pintar aos 23, mas nos últimos dez anos precisou se dedicar à carreira de tatuador.
“Tive uma filha e, para manter a família, precisei abrir o estúdio de tatuagem. Mas meu negócio sempre foi arte de rua”, disse.
Ele conta, porém, que, depois de um episódio de ansiedade, resolveu que queria voltar a “colorir a cidade”.
Diamant conta que a recepção foi a melhor possível na comunidade entre todas as faixas etárias. “A galera tem uma carência de arte. Muita gente veio me dar parabéns. Senhoras que vem me trazer sanduíches ou o dono da padaria que não me cobra o refrigerante”, disse.
“Isso para mim vale mais do que tudo, minha arte está na rua para se comunicar com as pessoas”.
Diamant se define como um muralista e não um grafiteiro. “Meu trabalho é arte de rua. Mais do que grafite. Uso todas as técnicas possíveis para fazer as pinturas”.
Intervenção urbana
O mural foi pintado por encomenda de um empresário que queria “dar vida” ao muro de sua empresa. “Ele queria uma pintura, mas não propaganda. Eu tinha esta intenção de tratar destes temas. Então fechou”, disse.
Segundo Diamant, as pinturas servem para chamar à reflexão das pessoas que por ali circulam. “É uma intervenção urbana que tem por objetivo fazer a galera refletir”.
A repercussão deste trabalho faz Diamant pensar ainda mais alto no futuro. “Minha cabeça está fervilhando, tenho muitas ideias e há muitos muros na cidade toda. Só falta quem apoie”, disse.
Os próximos projetos são pintar uma série com as brincadeiras de rua antigas que estão perdidas como pião, bola de gude, rolimã ou futebol de rua. E também quero pintar a paisagem da Curitiba antiga nos cenários atuais.
Como exemplo de seu trabalho em Curitiba, há uma imagem de Charles Chaplin em uma das entradas do Jardim Botânico.
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