Memorial judaico foi inaugurado em Araucária no dia 1º de agosto em homenagem a Moises Jakobson.| Foto: Carlos Poly / Divulgação.

Moisés Jakobson nasceu na cidade polonesa de Łazy em 1926. Ele tinha 16 quando a casa de sua família foi invadida por soldados alemães. Na sequência, foi separado de sua mãe e irmãs: ele e dois irmãos foram para um campo de trabalhos forçados. Elas, para Auschwitz.

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No campo, trabalhou construindo poços, abrindo estradas e sendo oleiro. Durante um castigo, ficou cego de um olho. Foi liberto depois de anos, se casou e tinha o sonho de vir ao Brasil. Pela falta de visto, teve de vir pela Bolívia, e entrou no país 1953. Teve quatro filhos e faleceu em 2015, com 88 anos.

Esse é o resumo da história contada pelo recém-inaugurado Memorial Judaico de Araucária Moisés Jakobson, na Região Metropolitana de Curitiba. Organizado pela Fundação Israelita do Paraná, o espaço foi aberto em 1º de agosto e integra o complexo do Memorial da Imigração Polonesa Parque Romão Wachowicz, que desde 1995 relembra a chegada de milhares de poloneses na região. A entrada é gratuita.

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Com dois andares, espaço é dividido entre história de Jakobson e obras de artistas locais que relembram artistas mortos no Holocausto: Anne Frank (letras), Władysław Szpilman (música) e Felix Nussbaum (artes plásticas).
Moisés Jakobson viveu no Brasil entre 1953 e 2015, quando faleceu aos 88 anos.
Segundo andar do Memorial Judaico conta com mirante para o Parque Passaúna.
Escadas que levam ao segundo andar fazem alusão ao pianista Władysław Szpilman, que teve sua vida retratada no filme O Pianista.
Obras dos artistas de Araucária se espalham pelo primeiro e segundo andares da casa.
Pertences de Moisés Jakobson.
Alunos do Colégio Estadual Ana Kava escreveram cartas à Anne Frank com seus sentimentos após conhecer sua história.
Complexo é mantido pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Araucária.

Parte do espaço é dedicado à memória de Jakobson, com pertences reunidos durante sua vida — dentre eles, a Estrela de Davi que levava ao braço durante a guerra, identificando-o como judeu.

A outra parte leva a obras de artistas plásticos do Paraná que relembram três artistas mortos no Holocausto: Anne Frank (letras), Władysław Szpilman (música) e Felix Nussbaum (artes plásticas). Além das obras de Igor Rodacki e Luis Branco, o espaço também concentra o resultado de atividades com alunos do Colégio Estadual Ana Kava, tais como cartas que os estudantes escreveram à Anne Frank, reagindo à sua história.

Memorial da Imigração Polonesa

O complexo do Memorial da Imigração Polonesa Romão Wachowicz relembra a chegada dos mais cinco mil poloneses que passaram a viver na Colônia Thomaz Coelho desde 1876.

Duas exposições fotográficas têm mostra fixa no local. Uma concentra fotos dos moradores da região no início do século 20. A outra relata a comunidade durante a criação da represa de Passaúna na década de 1980, quando 179 famílias da colônia foram desalojadas.

O espaço fica em uma casa com traços típicos da arquitetura polonesa, construída em 1890 pelos seus primeiros moradores: Miguel e Maria Gurski. Posteriormente, recebeu também as famílias Filipak e Fil. Em 1995, foi restaurada para receber o memorial, que funciona neste local desde então.

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No complexo, também se encontram um anfiteatro e a Capela São Miguel, construída em 1894. O espaço é mantido pela Secretaria de Cultura e Turismo de Araucária.

Serviço

Memorial da Imigração Polonesa Parque Romão Wachowicz e Memorial Judaico de Araucária Moisés Jakobson
Onde: Avenida Centenário, 1105.
Quanto: Entrada gratuita.
Funcionamento: terças, quartas e sextas, das 9h às 12h e das 13h às 17h. Quintas, das 13h às 17h. Sábados, domingos e feriados: das 11h30 às 17h.
Telefone: (41) 3643-7233.