Há em Curitiba uma orquestra sinfônica completa à espera, silenciosa, da hora de começar a tocar. Os instrumentos estão afinados, há local para ensaio e apresentações. Os 65 músicos da Orquestra Sinfônica de Curitiba (OSC), porém, ainda estão à espera do sinal batuta do regente Carlos Domingues para começar.
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O que os impede é o problema de sempre: investimento. Falta o dinheiro público ou privado que pode tirar a orquestra do papel para as salas de concerto.
A OSC foi criada, ainda no campo das ideias, em 2016. No ano passado, o projeto foi aprovado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet).
Até agora, no entanto, a direção ainda não conseguiu captar nada dos pouco mais de R$ 3 milhões anuais necessários para a manutenção da entidade.
“São R$ 14 reais por dia para cada integrante da orquestra e da direção, mais uma escola social, imposto e locação de espaço. Nós já iniciamos conversas promissoras e esperamos ter boas novidades até dezembro”, disse o maestro.
Além da orquestra, o projeto também inclui a Escola Social de Música. A iniciativa de formação musical clássica e popular será gerida por alguns dos principais músicos da OSC e vai atender 150 crianças de baixa renda em Curitiba.
Nova porta para a música
O maestro Domingues explica que a ideia da criação da OSC é abrir um espaço novo para que músicos eruditos com formação acadêmica pudessem trabalhar, pois não é fácil ingressar nas formações clássicas que já existem em Curitiba: a Orquestra Sinfônica do Paraná e a Camerata Antiqua.
“A ideia foi abrir uma porta de oportunidades para os músicos egressos do conservatório e das escolas de música que não tinham espaço para tocar”, disse.
No início do ano, foi aberto um processo público de seleção de músicos e as 65 vagas da formação ocupadas. Até agora, a OSC só se reuniu para algumas apresentações privadas especiais.
Segundo o maestro, a ideia é estabelecer uma programação permanente de música erudita, mas também shows mais temáticos com temas pop como cinema e rock.
Infraestrutura
O Clube Curitibano cedeu espaço para os ensaios. A Fundação Cultural de Curitiba (FCC) acenou com a possibilidade da cessão do uso da Ópera de Arame como sede da maior parte das apresentações.
“Faltam somente os recursos para que tanto a orquestra quanto a escola de música possam funcionar. Sei que vai acontecer na hora certa”, diz.
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