Os guitarristas Frank Black e Joey Santiago no show do Pixies em Curitiba de 2004.| Foto: Marcelo Elias / Arquivo Gazeta do Povo

A reunião da formação original dos Pixies na Pedreira Paulo Leminski, em maio de 2004, não entrou somente para história dos grandes shows de Curitiba.  O primeiro reencontro do quarteto fora dos Estados Unidos – depois de dez anos de separação e brigas - também marcou decisivamente a própria banda. A partir da recepção calorosa do público curitibano, os Pixies decidiram que a volta seria para valer.

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A revelação foi feita em uma entrevista do baterista David Lovering ao site Tenho Mais Discos Que Amigos, publicada nesta segunda-feira (19). O músico afirma que foi o sucesso do show na Pedreira Paulo Leminski que consolidou o retorno da banda.

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“A gente tinha pouco tempo desde a reunião e quando chegamos aí e notamos o público cantando cada sílaba, cada virada de bateria, cada solo… Cara, foi quando notei de verdade o amor dos fãs. Foi o Brasil que solidificou de vez a gente. Sei que esse tratamento é meio que padrão de vocês com artistas… (Risos) Mas foi muito importante para gente”, respondeu o baterista quando perguntado sobre o show de Curitiba em 2004.

O show dos Pixies na pedreira era a principal atração do Curitiba Pop Festival que tinha outros nomes de peso como Tennage Fanclub. Marcado originalmente para a Ópera de Arame, o show foi transferido de última hora para a pedreira depois dos primeiros 3 mil ingressos evaporarem em menos de duas horas.

A expectativa pelo retorno de uma das bandas mais importantes dos anos 1980 e 90 atraiu a atenção de fãs de outros estados Brasil e também dos países vizinhos. Por conta de restrições ao uso do espaço da pedreira apenas 8 mil ingresso foram vendidos.

Show do Pixies na Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba, em 2004.
Show do Pixies na Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba, em 2004.
Show do Pixies na Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba, em 2004.
Show do Pixies na Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba, em 2004.

Formado em 1986 em Boston, nos EUA, o Pixies havia se separado em 1993 após uma sequência de cinco álbuns que influenciaram o rock da época.

O retorno em Curitiba

Após uma pausa de mais de dez anos, a banda norte-americana capitaneada pelo guitarrista Frank Black surpreendeu ao voltar aos palcos em abril de 2004 e logo em seguida anunciar uma única escala no Brasil. Nem São Paulo, nem Rio. O local escolhido foi Curitiba.

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Quem conseguiu a proeza foi a dupla de produtores Paola Wescher e Leandro Knopfholz que produziam a segunda edição do festival. No ano anterior, a baixista Kim Deal tinha sido convidada com sua outra banda, o Breeders. A boa impressão de Kim foi fundamental para que os Pixies decidissem tocar em Curitiba.

Formação atual do Pixies. Baterista David Loverin (de camiseta branca) considera show de Curitiba fundamental para a consolidação da volta da banda.| Foto: Reprodução Facebook Pixies

No palco da pedreira, a banda tocou 26 músicas. O show se concentrou nos três primeiros discos, "Come on Pilgrim" (87), "Surfer Rosa" (88) e "Doolittle" (89). No bis, hits como "Gigantic", "Debaser "Into the White" e,no final "Planet of Sound", do disco "Trompe Le Monde" (91), o último oficial do Pixies até então.

Em 2006, os documentaristas Steven Cantor e Matthew Galkin lançaram “loudQUIETloud: a film about the Pixies" ”, que tem cenas da passagem pela banda em Curitiba.

A banda lançou um novo disco "Indie City, apenas em 2014, já com a baixista Paz Lenchantin ocupando o lugar de Kim Deal.

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Os Pixies preparam o lançamento de um novo álbum no próximo mês de setembro batizado de Beneath The Eyrie.

Aventuras gastronômicas em Curitiba

Avessa a entrevistas, a banda não não falou com a imprensa e pouco se comunicou com o público durante o show em Curitiba. Nos dois dias que passaram na cidade, porém, a banda pode se entregar às especialidades gastronômicas da cidade.

Em entrevista a Gazeta do Povo, a produtora Paola Wescher contou que na véspera do show a banda almoçou longamente na antiga Churrascaria Napolitana Arena, que funcionava dentro da Arena da Baixada. À noite, comeram homus e quibe cru no restaurante Velho Oriente.

No dia seguinte ao show, no domingo de manhã, o líder da banda, Frank Black foi a pé até a Feirinha do Largo e comprou uma série de bugigangas e artesanato local para levar para a família em Boston.

No almoço domingueiro, a banda se empanturrou no rodízio de polenta, frango e risoto do restaurante Madalosso antes de pegar o avião de volta para casa.

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