A reunião da formação original dos Pixies na Pedreira Paulo Leminski, em maio de 2004, não entrou somente para história dos grandes shows de Curitiba. O primeiro reencontro do quarteto fora dos Estados Unidos – depois de dez anos de separação e brigas - também marcou decisivamente a própria banda. A partir da recepção calorosa do público curitibano, os Pixies decidiram que a volta seria para valer.
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A revelação foi feita em uma entrevista do baterista David Lovering ao site Tenho Mais Discos Que Amigos, publicada nesta segunda-feira (19). O músico afirma que foi o sucesso do show na Pedreira Paulo Leminski que consolidou o retorno da banda.
“A gente tinha pouco tempo desde a reunião e quando chegamos aí e notamos o público cantando cada sílaba, cada virada de bateria, cada solo… Cara, foi quando notei de verdade o amor dos fãs. Foi o Brasil que solidificou de vez a gente. Sei que esse tratamento é meio que padrão de vocês com artistas… (Risos) Mas foi muito importante para gente”, respondeu o baterista quando perguntado sobre o show de Curitiba em 2004.
O show dos Pixies na pedreira era a principal atração do Curitiba Pop Festival que tinha outros nomes de peso como Tennage Fanclub. Marcado originalmente para a Ópera de Arame, o show foi transferido de última hora para a pedreira depois dos primeiros 3 mil ingressos evaporarem em menos de duas horas.
A expectativa pelo retorno de uma das bandas mais importantes dos anos 1980 e 90 atraiu a atenção de fãs de outros estados Brasil e também dos países vizinhos. Por conta de restrições ao uso do espaço da pedreira apenas 8 mil ingresso foram vendidos.
Formado em 1986 em Boston, nos EUA, o Pixies havia se separado em 1993 após uma sequência de cinco álbuns que influenciaram o rock da época.
O retorno em Curitiba
Após uma pausa de mais de dez anos, a banda norte-americana capitaneada pelo guitarrista Frank Black surpreendeu ao voltar aos palcos em abril de 2004 e logo em seguida anunciar uma única escala no Brasil. Nem São Paulo, nem Rio. O local escolhido foi Curitiba.
Quem conseguiu a proeza foi a dupla de produtores Paola Wescher e Leandro Knopfholz que produziam a segunda edição do festival. No ano anterior, a baixista Kim Deal tinha sido convidada com sua outra banda, o Breeders. A boa impressão de Kim foi fundamental para que os Pixies decidissem tocar em Curitiba.
No palco da pedreira, a banda tocou 26 músicas. O show se concentrou nos três primeiros discos, "Come on Pilgrim" (87), "Surfer Rosa" (88) e "Doolittle" (89). No bis, hits como "Gigantic", "Debaser "Into the White" e,no final "Planet of Sound", do disco "Trompe Le Monde" (91), o último oficial do Pixies até então.
Em 2006, os documentaristas Steven Cantor e Matthew Galkin lançaram “loudQUIETloud: a film about the Pixies" ”, que tem cenas da passagem pela banda em Curitiba.
A banda lançou um novo disco "Indie City, apenas em 2014, já com a baixista Paz Lenchantin ocupando o lugar de Kim Deal.
Os Pixies preparam o lançamento de um novo álbum no próximo mês de setembro batizado de Beneath The Eyrie.
Aventuras gastronômicas em Curitiba
Avessa a entrevistas, a banda não não falou com a imprensa e pouco se comunicou com o público durante o show em Curitiba. Nos dois dias que passaram na cidade, porém, a banda pode se entregar às especialidades gastronômicas da cidade.
Em entrevista a Gazeta do Povo, a produtora Paola Wescher contou que na véspera do show a banda almoçou longamente na antiga Churrascaria Napolitana Arena, que funcionava dentro da Arena da Baixada. À noite, comeram homus e quibe cru no restaurante Velho Oriente.
No dia seguinte ao show, no domingo de manhã, o líder da banda, Frank Black foi a pé até a Feirinha do Largo e comprou uma série de bugigangas e artesanato local para levar para a família em Boston.
No almoço domingueiro, a banda se empanturrou no rodízio de polenta, frango e risoto do restaurante Madalosso antes de pegar o avião de volta para casa.
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