Os músicos do Scorpions, a maior banda do hard rock alemão, já comeram churrasco e jogaram sinuca em Curitiba, mas nunca fizeram um show na cidade, só em Pinhais, na Região Metropolitana, em 2010. Assim, a apresentação no dia 18 de setembro na Pedreira Paulo Leminski, no encerramento do Festival Rock ao Vivo, marca a estreia da banda na capital paranaense. Ao lado de outras duas bandas pesos-pesados do hard rock, a sueca Europe e a americana Whitesnake, o Scorpions vai, enfim, mostrar suas baladas e temas pesados de mais de 53 anos de carreira ao público curitibano.
Em 2010, os alemães tiveram passagem curiosa e tumultuada por Curitiba, onde ficaram hospedados para o show de Pinhais. Na turnê marcada para encerrar por cima a carreira na época com 45 anos de estrada e 120 milhões de discos vendidos, os alemães marcaram show para a Arena da Baixada no dia 10 de setembro de 2010.
Por fim, a aposentadoria do grupo não se concretizou. Assim como não aconteceu o show no estádio do Athletico. Quatro anos antes da realização da Copa de 2014, a arena foi considerada imprópria para a apresentação. Sobrou o pavilhão do Expotrade em Pinhais, onde os alemães de fato se apresentaram para o público curitibano.
INGRESSOS - adquira entrada do show do Scorpions dia 18 de setembro na Pedreira.
Com o show remarcado, a banda foi recepcionada na véspera pelo empresário Paulo Baron. Mexicano de nascimento e radicado em Curitiba, Baron tinha sido manager da turnê anterior do grupo pela América Latina em 2008, quando o Scorpions chegou a tocar em Ponta Grossa, nos Campos Gerais.
Da passagem da banda pelo Paraná em 2010, o empresário lembra que a chegada dos músicos causou frisson entre os moradores do condomínio em que vive ao lado do Parque Tingui, no Pilarzinho. “Foi bem engraçado. A gente marcou um horário e eles chegaram cada um com uma Mercedes com motorista e dois batedores, um na frente e outro atrás do comboio”, disse.
“Os vizinhos não entenderam nada. Todo mundo foi para a janela para ver quem estava chegando. Aos poucos eles iam descendo, todos produzidos como rock stars e o pessoal entendia menos ainda”, diverte-se Baron.
Tequila, sinuca, picanha e rock’n roll
Após liberar os batedores que conduziram a banda até o condomínio, o empresário ofereceu churrasco regado a vinho, cerveja, tequila mexicana e partidas de sinuca. E é claro que a festa entrou madrugada adentro. “Ficamos aqui em casa até umas 4h da manhã, jogando sinuca e escutando música. Tenho uma coleção bem grande de discos e eles ficaram escolhendo álbuns”, recorda Baron.
O empresário lembra que o guitarrista Rudolf Schenker conversou bastante com a mãe dele sobre temas espirituais e antropologia da América Latina. Isso enquanto o churrasqueiro preparava os cortes brasileiros tradicionais, como picanha e alcatra, que o grupo atacou regado a garrafas da tequila mexicana Don Julio, a preferida do anfitrião, apelidado pelos integrantes do Scorpions de “Paulo Don Julio”.
Problemas no show
Na noite seguinte, o show em Pinhais foi marcado por atrasos, problemas na iluminação e no áudio do palco. “Foi um desastre. À tarde, o produtor da banda já tinha me ligado dizendo que o palco mal montado era perigoso”, disse Baron. Quando o show começou, só o público de um dos lados do palco conseguia ouvir o som. “Foi constrangedor. Eles só terminaram o show em respeito aos fãs, a mim e à minha família”, lamenta Baron.
Com a desistência da banda de encerrar a carreira naquela turnê em 2010, mais dois discos foram lançados pelo Scorpions. E mais um está a caminho em 2020, que marca a estreia de fato dos alemães em Curitiba, agora em grande estilo, no melhor palco de Curitiba.
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