Curitiba monitora cerca de 3 mil pacientes.| Foto: Hully Paiva/SMCS
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Com a disseminação do novo coronavírus em Curitiba, a prefeitura pede mais atenção da população a sintomas gripais leves, que devem ser comunicados pelo telefone 3350-9000. O diretor do Departamento de Urgência e Emergência da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Pedro Almeida, ressalta que a Covid-19 demora alguns dias para se desenvolver após o contágio, e que por isso pequenos sinais de desconforto respiratório já devem ser reportados.

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Segundo Almeida, o telemonitoramento realizado pela SMS é mais eficaz do que aumentar a ocupação em enfermarias com casos confirmados ou suspeitos de Covid-19. Na quarta-feira (17), a Gazeta do Povo publicou reportagem que mostra a subutilização de enfermarias no Paraná e todo o Brasil, enquanto as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) estão quase lotadas – experiências de internamento precoce indicam que isso poderia reduzir a taxa de mortalidade pela doença.

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“Uma das técnicas é realmente monitorar pacientes em ambiente hospitalar. Só que o volume de pacientes é tão grande, que se não houver uma indicação formal para a pessoa estar hospitalizada, ao fazer vigilância no hospital vamos usar muitos recursos e deixar de fora pessoas que efetivamente precisariam”, afirmou o médico. Ele destacou que é muito difícil saber qual caso terá um agravamento, e por isso Curitiba optou pelo telemonitoramento: quem liga para o serviço de saúde com sintomas gripais receberá ligações a cada 48 ou 24 horas, dependendo das condições específicas que relatar.

O fluxo geral de atendimento em Curitiba leva em conta sinais de alerta sintomáticos e também vulnerabilidade dos grupos de risco. Almeida afirmou que há critérios bem definidos para levar todas as pessoas com suspeita de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) ao hospital. Os casos leves são monitorados de casa; se há situação vulnerável associada, é feito o teste molecular ou sorológico, a depender da data de início dos sintomas. “É possível sim fazer o monitoramento no ambiente hospitalar, mas esses leitos farão falta para pacientes que efetivamente precisarem. É uma técnica que tem custos, mandar todo mundo para hospital. Por isso Curitiba optou por não fazer isso”, afirmou.

Quem está fazendo isolamento em casa, seja caso suspeito ou confirmado, tem ainda a possibilidade de videoconsulta, se houver agravamento do quadro. “Se houver necessidade, o profissional pode acionar a unidade de saúde mais próxima ou o Samu para ir até a casa dessa pessoa fazer a avaliação e encaminhar até o hospital. O sistema está todo integrado”, disse Almeida, acrescentando que a epidemia de H1N1 em 2009 ensinou muitas coisas aos gestores públicos, como a importância de reduzir o fluxo de atendimento presencial nas unidades de saúde. Atualmente, a Central da Covid-19 de Curitiba faz o monitoramento de 3 mil pacientes.

Homens fazem menos consultas

Sobre a quantidade de pessoas que já chegam com quadros graves e vão direto para a UTI, Almeida reforçou que é preciso colaboração da população. “Temos uma importante questão cultural. Se pensarmos em qualquer doença, a quantidade de homens que vão se consultar para verificar a situação é muito baixa. Muitas pessoas temem perder o emprego, ou acham que vai passar, e por isso não procuram o médico”, observou. Segundo a SMS, os casos confirmados de Covid-19 se distribuem de forma equilibrada entre mulheres (53%) e homens (47%), mas eles representam 62% das mortes.

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Segundo o médico, esse comportamento precisa mudar, seja por iniciativa da própria pessoa que apresenta sintoma, de algum familiar ou mesmo por parte de empresas e de toda a sociedade civil organizada. Ele destacou que é preciso um pacto para reduzir a curva de contágio do vírus. “A gente fala muito em reduzir a curva, mas não é uma onda qualquer, é um tsunami. Semanas atrás a taxa de positividade da Covid-19 era de 6% dos internados, agora está em 20%”, relatou.

Por causa da alta transmissibilidade do vírus e da falta de um tratamento específico ou vacina, é preciso manter o isolamento ou distanciamento social e a etiqueta respiratória e de higiene, defendeu. “As pessoas precisam entender que pode haver 50 mil leitos de UTI que mesmo assim o problema permanece. É preciso colaborar na quebra da cadeia de transmissão. Na dúvida, ao sintoma gripal mais banal, ligue para o serviço de saúde”, orientou.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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