O ex-presidente Lula chegou à Justiça Federal, no bairro Ahú, em Curitiba, às 13h45 desta quarta-feira (14) para depor sobre a acusação de ser o dono do sítio em Atibaia (SP), que seria doação ilegal de empreiteiras. Esta é a primeira vez que o petista deixa a carceragem da Polícia Federal (PF), no bairro Santa Cândida, desde que foi preso em abril.
Lula saiu da PF escoltado por policiais federais e militares por volta de 13h30, com apoio do helicóptero da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O depoimento estava marcado para começar as 14h. Ele será interrogado pela juíza Gabriela Hardt, que substitui Sergio Moro no comando da Operação Lava Jato. Moro foi anunciado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) como o futuro ministro da Justiça e Segurança Pública.
- Imagens - Fotos do depoimento de Lula na Justiça Federal
Assim como na manhã desta quarta na PF, poucos manifestantes apareceram na frente da Justiça Federal para apoiar Lula. Aproximadamente 150 pessoas passaram pelo local, e cem seguiam na região do Ahú. Mesmo assim, por precaução, o Batalhão de Trânsito da PM (BPTran) bloqueou ruas no entorno do fórum. Estão bloqueadas a Avenida Anita Garibaldi na quadra onde fica a Justia Federal, além da Rua Dr. Bezerra de Menezes, no trecho entre a Rua São Sebastião e Anita Garibaldi.
Apesar da movimentação de manifestantes, a Justiça Federal atende normalmente o público nesta quarta. Bem diferente dos depoimentos anteriores do petista, quando o atendimento foi cancelado para que o prédio ficasse totalmente à disposição para os interrogatórios. Os depoimentos anteriores eram referentes ao caso do apartamento triplex no Guarujá, litoral de São Paulo.
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Antes do depoimento, Lula recebeu a visita de Fernando Haddad, candidato petista à presidência derrotado por Bolsonaro. Também estão em Curitiba cinco deputados petistas e a senadora paranaense Gleisi Hoffman, eleita deputada federal para 2019.
Segurança
O esquema de segurança também é bem mais modesto em relação aos depoimentos anteriores de Lula. Cerca de 250 PMs e cinco viaturas estão no Ahú nesta quarta. Por precaução, a Equipe de Negociação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) também está de prontidão na Justiça Federal. A Equipe de Negociação do Bope é formada por policiais treinados a negociar para evitar a intervenção das equipes táticas em ocorrências de alto risco, como rebeliões em presídios e sequestros.
O Grupo de Pronta Intervenção (GPI) da PF também está na Justiça Federal. O GPI, que já havia dado apoio na prisão do petista em abril, é o grupo tático de elite da Polícia Federal, especialista em ações emergenciais de alto risco.
Em maio de 2017, no primeiro depoimento, 1.700 policiais militares foram destacados para a operação, fora os efetivos da PF, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e até da Guarda Municipal. Só a PM gastou R$ 110 mil na operação, que teve reforço de policiais do interior. A operação contava até com atiradores de elite em pontos estratégicos ao redor da Justiça Federal e monitoramento de helicópteros policiais. No segundo depoimento, em setembro de 2017, o efetivo foi menor, mas mesmo assim alto: praticamente metade de PMs do primeiro.
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