Evento chegou a ter 700 enxadristas jogando ao mesmo tempo.| Foto: Mariana Ceccon/Gazeta do Povo.

Mais de 1,2 mil jogadores de xadrez se reuniram neste sábado (24), no Sesc Portão, em Curitiba, para a terceira etapa anual do Circuito Xeque-Mate, o maior evento de xadrez do país. Divididos por idade escolar, alunos da rede privada e pública, do 1º ano do ensino fundamental até o 3º ano do ensino médio, “batalharam” para estarem entre os cinco melhores de suas categorias. Em um momento da programação, 700 enxadristas competiram simultaneamente.

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Além de duas etapas conduzidas neste mesmo colégio, o circuito também já teve uma competição na Praça Osvaldo Cruz. Outras duas devem acontecer até o final do ano, uma em outubro e outra em novembro, no Sesc da Esquina - quando acontece a última etapa e que definirá os grandes campeões da cidade. Os vencedores receberão troféus em cada categoria.

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Organizado em parceria com a Prefeitura de Curitiba e a Federação de Xadrez do Paraná (Fexpar), o Sesc promove competições de xadrez nos 24 colégios que mantém no estado. Além de estudantes, membros da comunidade também são convidados a participar em uma categoria especial.

“Nós temos duas visões sobre o xadrez”, explica o coordenador de arbitragem da Fexpar, Alexandre Zampier.

“A primeira é social. As crianças passam o dia praticando esportes e socializando com outros jogadores”, continua. “A segunda é a pedagógica. É uma ferramenta importante para o desenvolvimento da atenção, raciocínio lógico e concentração”, arremata.

Raquel, de 9 anos, joga xadrez há dois anos. Ela diz que além de jogo físico, também pratica online, pelo celular. | Foto: Mariana Ceccon/Gazeta do Povo

A estudante Raquel Phaiffer Spilmann, de 9 anos, concorda. Para a garota, que nas horas vagas gosta de treinar xadrez com o irmão e o pai, a competição é uma forma de felicidade. “Eu gosto porque é um jogo de estratégia, que faz você pensar logicamente”, disse, após vencer a segunda partida do dia.

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A professora dela, Monica Pimentel, que dá aulas no ensino fundamental da Escola Municipal Professor Germano Paciornik , explica que ter aulas de xadrez no contra turno chega a alterar até o comportamento das crianças.

“Eles se dedicam muito, tenho alunos  que até já saíram da escola mas vão treinar comigo, na oficina de xadrez da escola, duas vezes por semana”, conta.

A escola já conseguiu angariar boas posições nas competições passada. No último circuito Xeque-Mate conseguiram um terceiro lugar entre alunos do 5º ano e uma nona colocação geral no ano passado, entre alunos do 1º.

Recreação e aprendizado

Crianças passaram o dia, das 8h às 16h30, socializando com outras crianças e praticando esportes. | Foto: Mariana Ceccon/Gazeta do Povo

Lotando os corredores, as crianças também tiveram à sua disposição outros momentos de recreação ao longo do dia, inclusive com a prática de um xadrez humano, um tabuleiro gigante onde os pequenos podiam substituir peças com a metade de seus tamanhos.

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“A maioria dos alunos são de escolas municipais”, explica o técnico de atividades do Sesc, Bruno Greber. “O Sesc há pelo menos cinco anos mantém essa parceria com a prefeitura fomentando atividades gratuitas e o xadrez na comunidade. Nosso presidente Darci Piana, também é um fã da modalidade, então os alunos tem contato com a prática durante as aulas de matemática e de raciocínio lógico”, pontua.

Gestor técnico da Secretaria Municipal de Educação, André Jesiel Shuhl acrescenta que as crianças ficam fascinadas pelos torneios. “Só o fato de sair da escola e receberem medalhas, já faz com que as crianças fiquem animadas com o torneio”, explicou o profissional. “Hoje trouxemos mais de 50 escolas participantes, cuidando do transporte, lanche e lazer delas”, completa. “O programa de estímulo ao esporte passa por treinos de xadrez avançado e até iniciantes, dentro da grade escolar”, finaliza.