Mais de uma tonelada de peixes mortos foi retirada do lago do Parque Bacacheri, em Curitiba, entre a quinta (31) e a sexta-feira (1.º). Centenas de animais apareceram boiando na água e a prefeitura precisou enviar reforços na equipe que fazia a retirada dos animais. A principal suspeita é que eles tenham morrido por causa do calor dos últimos dias.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) ainda não tem a quantidade exata de quantos peixes morreram no parque, mas a estimativa é que entre 1 tonelada e 1,5 tonelada de peixes mortos tenham sido retirados do lago desde a última quinta. “As avaliações ao longo do tempo nos levam a crer que o calor intenso, com recordes de temperaturas, e as variações de temperatura que acontecem durante à noite são prejudiciais aos peixes, em especial às tilápias, espécie que teve mais indivíduos encontrados mortos”, avalia o biólogo Vinícius Abilhoa, pesquisador do Museu de História Natural do Capão da Imbuia, órgão responsável pela fauna dos parques de Curitiba.
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Na quarta-feira (30), Curitiba alcançou 35,9º C — a temperatura mais alta registrada pelo Instituto Simepar na cidade desde que os dados começaram a ser computados em 1997. Já na quinta, os termômetros alcançaram 35ºC novamente e, para esta sexta-feira, está previsto a mesma marca para o fim da tarde.
A quantidade de peixes é tanta que a prefeitura de Curitiba teve de reforçar nesta sexta a equipe para retirar os animais mortos do lago. No total, 50 pessoas recolhem os peixes, servidores das equipes dos departamentos de Parques e Praças; Pesquisa e Conservação da Fauna; Pesquisa e Monitoramento; e Recursos Hídricos da Secretaria do Meio Ambiente e o reforço de uma equipe da Limpeza Pública. Os laudos também dependem de análises de animais vivos para avaliação da condição dos órgãos internos e brânquias.
Há possibilidade de que o calor tenha causado a proliferação de uma alga e isso tenha causado a morte dos peixes, vítimas de intoxicação.
A SMMA informa que até agora a ocorrência de peixes mortos só foi registrada no Bacachei. Os outros parques não tiveram o mesmo problema. “Talvez não aconteça com a mesma intensidade por que, apesar dos fatores externos serem os mesmos, há diferenças na população, vegetação e até mesmo de água diferentes”, explica Abilhoa.