Imagem ilustrativa| Foto: Pixabay/

Após a polícia fazer um apelo para a população não repassar nas mídias sociais notícias falsas de sequestro de crianças, um caso de verdade está sendo investigado em Araucária, na região metropolitana de Curitiba. Antes, uma ocorrência em Curitiba e uma em Campo Largo haviam sido registradas. Dessa vez, a situação ocorreu em Araucária. A mãe Anna Paula Konopacki, de 21 anos, relata que dois homens pararam o carro ao lado dos seus filhos no bairro Cachoeira e um dos suspeitos gritou “pega a criança”, enquanto o outro desceu do veículo em direção aos bebês.

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A situação aconteceu na tarde do último domingo (6) e foi postada pela mulher em seu perfil no Facebook. “Era quase 18h. Eu, minha mãe e meus dois pequenos saímos comprar pão para o café da tarde. Só que a volta foi um desespero porque um veículo Kadett todo escuro diminuiu a velocidade, o carona abriu a porta e o motorista gritou para ele pegar minhas crianças”, conta a mãe.

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Segundo ela, a avó estava empurrando o carrinho com o garoto de cinco meses deitado e a menina de dois anos sentada na parte de baixo. Quando ouviu o grito, se assustou e começou a correr pedindo socorro.

“Minha neta se segurou firme para não cair enquanto eu empurrava com força o carrinho na direção de uma casa com alguns rapazes, que saíram nos ajudar. Eles ouviram tudo e nos salvaram”, afirmou a avó Tereza Leongat Esperandio, 50, que viu o rapaz entrar novamente no carro e o motorista acelerar para deixar o local.

Segundo o delegado Messias Antônio da Rosa, da Delegacia de Polícia Civil de Araucária, as mulheres registraram o boletim de ocorrência e o caso está sob investigação. No entanto, não é motivo para pânico. “Ouvimos as partes e sabemos que não houve sequestro”, informou.

Boatos

Esse pânico é resultado de inúmeros boatos a respeito do rapto de crianças que estão circulando pela internet e têm sido amplamente compartilhados nas redes sociais. “Além de assustar a população, essas postagens sensacionalistas podem causar transtornos para pessoas inocentes. É algo muito sério”, advertiu o delegado, que já atendeu até um registro de calúnia na delegacia feito por uma pessoa apontada como sequestradora. O caso está sob investigação.

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Na tarde desta terça-feira (8), a delegada Iara Laurek Dechiche, do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), também pediu à população que não repasse nas mídias sociais boatos de crianças sequestradas.

“Divulgar notícias que não são verídicas é crime e a pessoa pode responder por isso”, pontuou. De acordo com ela, a proliferação desses boatos ainda atrapalham o trabalho da polícia, prejudicando a investigação de casos reais, como os registrados em Cerro Azul, Telêmaco Borba e Cascavel, que estão na mira da polícia.