Um grupo de manifestantes de dois movimentos que apoiam a operação Lava Jato estão acampados em frente à prefeitura, no Centro Cívico, desde a manhã desta quarta-feira (2), para protestar contra a vigília pró-Lula (PT), que acontece nos arredores da Superintendência da Polícia Federal (PF), no bairro Santa Cândida. Os grupos República de Curitiba e Acampamento Lava Jato se uniram aos moradores do bairro para exigir que a prefeitura cobre da Justiça o cumprimento da decisão que proíbe acampamentos na região da PF. O interdito proibitório proíbe a montagem de barracas de pernoite na região da PF, mas a medida foi suspensa quando o acampamento Marisa Letícia foi transferido para um terreno particular a algumas quadras do ponto inicial.
O ato anti-Lula quer ainda a proibição da vigília, que segue acontecendo no mesmo local. Mas ela é permitida, segundo o acordo fechado entre os manifestantes e autoridades locais. De acordo a decisão judicial de abril, os militantes pró-Lula podem seguir em vigília até as 21h. O som, porém, tem de ser desligado às 19h30. E é justamente o som que tem incomodado parte dos moradores do Santa Cândida. “Os moradores do bairro não podem mais ficar naquela situação. Há restaurante irregular funcionando lá, o barulho ultrapassa os 90 decibéis todos os dias e ninguém faz nada. Nós vamos usar do nosso direito constitucional de protesto e ficar aqui”, explica Patrick Ignaszevski, representante do movimento República de Curitiba.
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Segundo a organização do ato anti-Lula, além da instalação das barracas na prefeitura, o ato ainda deve contar com a distribuição de 1 mil coxinhas nos sinaleiros da Avenida Cândido de Abreu e uma apresentação musical em carro de som na tarde desta quarta. “O objetivo é mostrar para o prefeito que não dá para ficar do jeito que está. Ou proíbem a manifestação ou transferem o Lula da PF. A vizinhança do Santa Cândida está exigindo uma providência”, diz Paula Milani, do grupo Acampamento Lava Jato.
“Vamos permanecer acampados na prefeitura até o prefeito Rafael Grega tomar uma atitude e exigir que a medida da Justiça volte a valer”, disse Ignaszevski.
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O que diz a prefeitura
Em nota, a prefeitura diz ter tomado todas as medidas judiciais para evitar a montagem de acampamentos próximos da PF, obtendo na Justiça, inclusive, o interdito proibitório e a aplicação de multas aos manifestantes contra e favor da prisão do ex-presidente Lula. Além dessas medidas, a prefeitura explicou que também pediu que o ex-presidente fosse transferido para outro local mais seguro. Os pedidos foram feitos na 12.ª Vara Federal e também foram encaminhados ofícios a representantes do Judiciário, como o juiz Sérgio Moro e a presidência do Superior Tribunal de Justiça, além da governadora Cida Borghetti.
Sobre o acampamento anti-Lula feito em frente à prefeitura, o município diz que considera o ato irregular e estuda medidas para solucionar esta situação.
No dia 28 de abril, depois que o acampamento Marisa Letícia foi atacado a tiros, a prefeitura refez o pedido de transferência de Lula. Greca voltou a falar sobre o assunto no 1.º de maio e também pediu a transferência de Lula. “Registro minha indignação pelo confinamento de um condenado com o poder de mobilização do ex-presidente Lula, num prédio administrativo, que não tem, e nunca teve alvará para presídio, até por estar imerso em ZR3 - Zona Residencial com serviços, conforme a Lei de Uso do Solo de Curitiba”, postou o prefeito nas redes sociais.
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