Manifestantes a favor do governo de Jair Bolsonaro (PSL) se reuniram na Praça Santos Andrade, em Curitiba, na tarde deste domingo (26). Vestidos de verde e amarelo, os manifestantes levaram faixas defendendo a reforma da Previdência proposta pelo governo, além do contingenciamento do orçamento das universidades públicas federais. Também apareceram faixas em defesa da operação Lava Jato e a favor do pacote anticrime do ministro Sergio Moro.
A Polícia Militar informou que não fez estimativa do número de participantes do ato.
A manifestação contou com dois carros de som, trazido pelos organizadores do acampamento da Lava Jato. Por volta das 15 horas, houve um princípio de confusão. Supostos manifestantes de esquerda teriam tentado retirar uma das faixas de um dos carros de som. Os organizadores chamaram, no microfone, a Polícia Militar para retirar as pessoas do local. Elas saíram sob gritos de "vagabundos" e "fora PT".
Durante a confusão, o fotógrafo da Gazeta do Povo Hedeson Alves foi agredido por manifestantes pró-Bolsonaro. Ele levou um soco nas costas e conseguiu sair do local com a ajuda dos policiais militares.
Antes de iniciar a manifestação, os simpatizantes de Bolsonaro ainda retiraram uma faixa do prédio histórico da Universidade. O cartaz, com os dizeres "em defesa da educação", protestava contra o corte de verbas das universidades.
Líderes do movimento, no carro de som, defenderam o fechamento do Supremo Tribunal Federal. Faixas entre os manifestantes criticavam os ministros, mas sem falar em derrubar a instituição.
Por volta das 15h40, os manifestantes começaram a rezar a oração do Pai Nosso para "iluminar o Congresso Nacional" nas votações dos projetos do governo. Depois, cantaram o Hino Nacional.
Antes de iniciar a passeata, os manifestantes puxaram vaias contra nomes da política paranaense. Os mencionados foram o ex-senador Roberto Requião (MDB) e a deputada federal Gleisi Hoffman (PT) e o ex-governador Beto Richa (PSDB). O protesto também incluiu gritos de "Fora Maia" contra o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM).
Perto das 16 horas, os manifestantes iniciaram a caminhada rumo à Boca Maldita. O carro de som, que puxou o protesto, seguiu pela Rua Marechal Deodoro. Os manifestantes levaram um "bandeirão" verde e amarelo, já utilizado em outras manifestações, como os protestos a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Gritos de "a nossa bandeira jamais será vermelha" e buzinas acompanharam a caminhada.
A pedido da PM, os manifestantes mudaram o ponto final do protesto para a Praça Zacarias. Inicialmente, a previsão era de que a caminhada acabasse na Boca Maldita. Na Praça Zacarias, os manifestantes fizeram nova concentração e cantaram mais uma vez o Hino Nacional.
Políticos na manifestação
Da classe política, representantes do PSL paranaense estiveram presentes na manifestação. Ogier Buchi, que foi candidato ao governo estadual pelo partido, e o deputado estadual Subtenente Everton discursaram no carro de som.
O deputado estadual Missionário Ricardo Arruda (PSL), autor do projeto Escola Sem Partido, também discursou no carro de som. Ele criticou o reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, que foi até a Assembleia Legislativa do Paraná falar a respeito do corte no orçamento das universidades. O projeto do escola sem partido vai à votação em plenário nesta semana.
O vereador Ezequias Barros (PRP) foi o único representante do Legislativo da capital presente na manifestação. Ele é parte da bancada evangélica na Câmara Municipal.
O deputado estadual Fernando Francischini (PSL), principal líder da campanha de Bolsonaro no Paraná, também discursou aos manifestantes. Ele defendeu a reforma da Previdência em prol das "pessoas mais humildes" que, segundo ele, não terão aposentadoria caso as mudanças não sejam aprovadas.
O ato terminou por volta das 17h30. Depois, alguns manifestantes ainda foram até a Boca Maldita.
Trânsito
Ao longo da tarde, o trânsito era complicado nas proximidades da Praça Santos Andrade, especialmente na Rua XV de Novembro. Os manifestantes bloquearam o acesso à rua Presidente Faria. Motoristas passavam buzinando e filmando o protesto. O acesso à rua João Negrão pela XV de Novembro também foi bloqueado pelos manifestantes.
Motoristas que seguiam pela Marechal Deodoro foram obrigados a desviar pela Rua João Negrão por conta do bloqueio da Polícia Militar. Ônibus da linha Santa Cândida/ Capão Raso foram obrigados a parar na Estação Central e aguardar a passagem dos manifestantes. Motoristas que seguiam pela Marechal Floriano, rumo à Marechal Deodoro, também enfrentaram bloqueio.
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