Após o anúncio do aumento da tarifa do transporte público de Curitiba, um grupo de cerca de 300 manifestantes se reuniu, nesta terça-feira (26), em protesto contra o reajuste. Os participantes se encontraram por volta das 17h30 na Praça Rui Barbosa, e no início da noite caminharam por ruas do Centro em direção ao terminal Guadalupe. Entre as reivindicações, está a revisão da licitação do transporte da capital.
O valor da passagem subirá de R$ 4,25 para R$ 4,50 já nesta quinta-feira (28). Até lá, a população insatisfeita promete fazer novos atos contrários ao aumento. Uma das principais reclamações é quanto ao fato de a prefeitura alegar que o aumento está abaixo da inflação, enquanto o salário da maioria das pessoas não teve correção nenhuma. Outra reclamação do grupo é o fato de não haver auditorias rigorosas para definir o custo real do transporte da cidade.
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Outro dos representantes dos manifestantes a falar foi Lafaiete Santos Neves, membro do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes). “Tivemos uma reunião na semana passada com o presidente da Urbs, para ele explicar como é formada a tarifa técnica, e ele só mostrou índices”, disse Neves.
Além do congelamento da tarifa de ônibus em R$ 4,25, os manifestantes pedem que haja uma revisão da licitação das empresas responsáveis pelo transporte da capital. “Em 2018, o Ministério Público do Paraná pediu que o contrato da prefeitura com as empresas fosse anulado”, lembrou no ato o deputado estadual Goura (PDT), em alusão a uma investigação do órgão que concluiu que a licitação tinha sido direcionada, e que culminou na denúncia de 14 pessoas, entre empresários e autoridades públicas, por fraude e falsidade ideológica. A denúncia, no entanto, não levou à prisão de ninguém — no fim de 2018, a Justiça decidiu que boa parte dos crimes havia prescrito, apesar da fraude ter sido comprovada pelo MP-PR.
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Outras categorias de trabalhadores e estudantes também integraram o protesto, que ocupou a praça Rui Barbosa até 19h30. Por volta desse horário, o grupo e seu carro de som iniciaram uma caminhada rumo ao terminal Guadalupe. O trajeto levou cerca de 30 minutos, período no qual os manifestantes bloquearam totalmente a rua André de Barros, e foram escoltados pela Polícia Militar, que também orientou o trânsito na região.
O que diz a prefeitura
De acordo com a prefeitura de Curitiba, o valor do reajuste da passagem começou a ser estudado após o cálculo da previsão da nova tarifa técnica ter sido publicado em Diário Oficial. O preço foi de R$ 4,71 para R$ 4,79, e teria subido em função do fim da isenção do ICMS do óleo do diesel. Já o número final da tarifa que será paga pelo usuário do transporte a partir do dia 28 de fevereiro, veio depois de o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD), confirmar subsídio para o sistema. Serão R$ 40 milhões de verba estadual – a prefeitura de Curitiba vai injetar outros R$ 40 milhões.
O novo preço valerá também para nove municípios metropolitanos, em um esquema que indica a bilhetagem única para a região. A prefeitura também tem argumentado que o reajuste ficou abaixo da inflação e é necessário para a manutenção do sistema.