O fenômeno da maré baixa vem chamando a atenção de muitos moradores e turistas do Litoral do Paraná. Muitos pensam que as largas faixas de praias, os decks secos e os barcos encalhados são fruto de um novo recuo do mar. Desde agosto, as águas do Oceano Atlântico têm surpreendido por sua variação de nível diferente do normal. Em alguns casos, a pressão atmosférica foi a responsável pelo recuo, em outros, circunstâncias consideradas normais por especialistas são as causadores do recuo.
O que está acontecendo desde o fim de semana, porém, não deve ser classificado como um recuo, e sim como uma maré baixa potencializada pelo efeito da frente fria que está sobre o estado, conforme explica o professor do Centro de Estudos do Mar (CEM) da Universidade Federal do Paraná, Mauricio Almeida Noernberg. “Falar em recuo não é o termo mais apropriado. Temos que falar em marés meteorológicas. São eventos cíclicos, que acontecem pela ação gravitacional da lua, e que são intensificadas pela ação do sistema meteorológico”.
Segundo o professor, a maré negativa que atua sobre o Litoral decorre da ação dos ventos, e causa um efeito aparente de recuo do mar. “Quando a maré é positiva, principalmente pela ação dos ventos sul, sobe o nível das águas mais que o normal. Nesse caso, a negativa faz descer mais que o normal. Chamam de recuo, mas isso acontece com as ações dos ventos vindos do quadrante nordeste, que tiram a água da costa”, exemplificou.
Aqueles que têm mais experiência no local, como o comerciante Sergio Mendoza, que tem uma loja de artesanato na Avenida Atlântica de Guaratuba, veem o fenômeno com naturalidade. Mendoza até se disse surpreso com a maior faixa de areia, mas afirma que viu maior recuo das águas nas oportunidades anteriores. “Tem um espaço bem maior na areia hoje, a praia está um pouco mais aberta, mas tem mais a ver com a maré. Tem um recuo, mas não tanto como das outras vezes”, afirmou.
Segundo o professor Nornberg, não existe nenhum fenômeno anormal provocando a diminuição do nível do mar no Litoral paranaense. “Os sistemas atmosféricos realmente influenciam, mas hoje não tem nada anormal acontecendo. Tivemos ressaca há algum tempo atrás, também em função da variação [da maré] em função da lua, agora tem essa maré baixa. Está tudo dentro da normalidade”, afirmou
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