O trapiche da praia de Nova Brasília, na Ilha do Mel, no Litoral do Paraná, foi parcialmente interditado na segunda-feira (11) pela Capitania dos Portos, órgão da Marinha responsável por, entre outras funções, fazer cumprir regulamentações marítimas. O isolamento foi feito depois de o órgão constatar que a estrutura – sob reforma a um custo aproximado de R$ 374 mil – apresentava sinais de má conservação. A interdição é parcial, pois, segundo a Marinha, barcos seguem atracando no local.
Segundo o órgão, a vistoria feita na segunda-feira identificou problemas em parte da estrutura do trapiche, o que ocasionava riscos à segurança. Nesta terça-feira (12), o órgão responsável - Instituto Ambiental do Paraná (IAP) - foi notificado para providenciar o reparo da estrutura. Essa é a segunda notificação para melhoria das condições do trapiche.
A Associação dos Nativos da Ilha do Mel (Animpo), que no ano passado já havia pedido ao Ministério Público do Paraná (MPP-PR) o bloqueio da passagem, informou que, até liberação prévia, o acesso à ilha está sendo feito por um trapiche lateral, pequeno demais para dar conta de todos os turistas. Por isso, a descida é mais demorada.
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A entidade disse ainda que se os reparos necessários não forem executados até o carnaval, a orientação será para que os barcos atraquem diretamente na praia, como era antes da construção do trapiche. “As pessoas vão ter que descer pela praia porque é mais seguro. Vai ficar ruim para quem tem mais idade, para crianças, mas esse é jeito. Melhor descer pela água do que cair e quebrar uma perna”, argumentou o vice-presidente da entidade, João Marcos Gonçalves Haluch.
Moradores da Ilha do Mel – um dos pontos turísticos mais importantes do Paraná – vêm expondo os problemas do trapiche da praia de Nova Brasília há pelo menos seis meses. O último capítulo da novela que parece não ter fim foi na véspera de réveillon, quando parte da estrutura cedeu depois que uma das peças metálicas de sustentação do trapiche se soltou. Uma idosa que tentou atravessar a passagem horas depois do incidente caiu e ficou ferida.
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A situação causou indignação entre os moradores da ilha, uma vez que o trapiche havia acabado de sair de um processo de reforma que se arrastou por dois anos. Nesse meio tempo, o custo das obras, inicialmente estipulado em R$ 325 mil ganhou um acréscimo de R$ 49,2 mil.
“O trapiche não deveria estar nessa situação. Foi uma manutenção mal feita e a gente sabia disso. Eu acho, na verdade, que o que estamos vendo aqui é má gestão, brincadeira com o dinheiro público”, desabafou o vice-presidente da Animpo.
Responsabilidade
Responsável pela manutenção do trapiche, o IAP disse que vistoriou o local junto com técnicos da prefeitura de Paranaguá ainda nesta terça. As equipes identificaram que quebrou um pino central da estrutura “devido a um grande impacto”. “A previsão é que se faça uma obra emergencial de reparo nos danos causados até o final dessa semana”, diz a nota.
Ainda conforme o IAP, técnicos já estudam um possível flutuante que deve ser colocado ao lado do trapiche para o desembarque dos passageiros e, assim, permitir a conclusão da obra em andamento.
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