A pouca quantidade de banheiros químicos espalhados pela orla da praia de Matinhos, no Litoral do Paraná, tem deixado, mais uma vez, os veranistas em aperto. E esse ano, a situação está ainda pior para aqueles que escolheram curtir a folga em pontos longe do agito, já que apenas os endereços mais badalados do município é que foram reforçados pela prefeitura.
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Com o começo da temporada, banheiros químicos foram disponibilizados, mas apenas em apenas um dos lados da Praia Brava, na região de Caiobá. São quatro cabines instaladas a uma distância de aproximadamente 200 metros. Enquanto isso, a área mais central da praia não tem nem um banheiro sequer.
Além de incômoda para os banhistas, a falta de estrutura atrapalha também os comerciantes, questionados o tempo todo sobe o uso dos banheiros de seus estabelecimentos por não-clientes. “Se eu liberasse para todos usarem, não conseguiria dar conta da sujeira que ficaria por aqui”, alega Juca Barros, de 49 anos, que há dois tem um bar na região central de Matinhos, a uma quadra da praia. Ele até já chegou a estabelecer um preço para uso do banheiro (no valor de R$ 10), mas achou melhor descontinuar o serviço.
Nem mesmo a casa particular do comerciante é poupada. “Quando eu estou na varanda as pessoas me veem e logo perguntam. Mas quando eu não estou é até pior: urinam na grama em frente ao meu portão”, reclama Barros, que diz viver a mesma situação há anos. “Este ano eu achei que seria diferente porque, no dia em que a governadora Cida Borghetti veio para cá para lançar a Operação Verão, instalaram oito cabines”. Os banheiros, contudo, foram desinstalados no dia seguinte à cerimônia.
Apesar das promessas, a falta da estrutura com banheiros no Litoral é tão previsível que já passou a influenciar a escolha dos turistas na hora de locar um imóvel para a temporada. É o caso da funcionária pública Graciele José, mãe de duas crianças e que precisa estar atenta às necessidades dos filhos. “Esse ano eu aluguei uma casa a três minutos da praia justamente para não ter problema com esse tipo de coisa”, comentou.
Tem, mas é ruim
Já na praia de Caiobá, onde há banheiros, falta trabalho do poder público para deixar as cabines em ordem. A professora Talita Freitas, que saiu de Curitiba para passar as férias na praia, conta que lá a situação foi se agravando conforme os turistas foram chegando ao Litoral. “Eu não faço xixi no mar porque acho uma falta de respeito, mas o pior é chegar no banheiro e encontrá-lo tão nojento que é quase impossível de usar”, aponta.
Segundo a assessoria de imprensa da Operação Verão, os banheiros químicos são de responsabilidade das prefeituras de cada município e não do governo estadual, que coordena a operação.
Procurada sobre a quantidade de banheiros espalhados pela orla, a prefeitura de Matinhos não respondeu até o fechamento desta reportagem.
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