Servidores municipais se concentraram em frente à Câmara de Vereadores e fecharam trânsito nesta segunda| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Professores da rede municipal de ensino de Curitiba que decidiram fazer greve nesta segunda-feira (12) por causa da votação do projeto de ajuste fiscal proposto pela prefeitura foram para as ruas para tentar mobilizar colegas que começaram a semana em sala de aula. Segundo os servidores, a possibilidade de desconto dos dias parados no salário - o que já se concretizou em greves anteriores - pode ter sido um dos motivos para que docentes ignorassem a paralisação, reforçada por outras classes. Na manhã desta segunda, centenas de trabalhadores se concentram em frente à Câmara de Vereadores como forma de protestar contra o Pacotaço. Eles chegaram a bloquear o trânsito por algumas horas.

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Segundo balanço do sindicato dos professores, o Sismmac, 100 das 185 escolas da rede municipal começaram a semana sem atendimento. A ideia é fechar até esta terça - dia da votação dos projetos - quase 100% das unidades escolares.

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Para atingir este índice, professores que se reuniram logo cedo em frente à Câmara Municipal decidiram se dividir em grupos que percorrem colégios onde os docentes continuam trabalhando. “Estamos indo nas escolas que estão abertas para falar com os professores e tentar convencê-los a vir para a greve. É isso que queremos”, explicou a professora Elaine Cristina Doppler, de 32 anos.

Ela salientou que, apesar do receio da categoria em ter os dias de greve descontados, a paralisação é um direito dos servidores. “As faltas foram retiradas e os descontos totalmente devolvidos na última greve. É um direito nosso”, reforçou.

Professores Thiago Sebben, Nayara Sagatin e Elaine Doppler percorrem escolas durante a greve 

O professor Thiago Felipe Sebben, de 32 anos, que também foi até a Escola Municipal Vila Torres, no Rebouças, conversar com colegas que decidiram continuar trabalhando, relatou que a ação busca mostrar aos docentes o objetivo da mobilização. “O que a gente percebe com isso tudo que está acontecendo é que tem alguns professores desesperançosos com os movimentos democráticos”, assinalou.

Sem participação na saúde

A desconfiança de que a prefeitura venha a descontar valores futuramente por causa da greve também ajuda a manter todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) de Curitiba funcionando normalmente nesta segunda.

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Em um posto no bairro Cajuru, uma auxiliar que não quis se identificar comentou que muitos funcionários não pararam para garantir o salário integral. “Ninguém entra para não ser descontado de novo”, comentou a mulher, que teve quase R$ 1 mil retirado do pagamento depois de uma greve de quatro dias no ano passado. “Eu iria aderir. Mas não adianta sozinha. Estou bem decepcionada”, disse.

À reportagem, a Secretaria Municipal de Educação (SME) afirmou que precisava confirmar se a prefeitura prevê ou não descontos dos servidores nesta paralisação. Até as 14 horas, ainda não havia retorno da pasta.

Pela manhã, a SME afirmou que 273 das 391 unidades da rede municipal de ensino, incluindo escolas e CMEIs, funcionam normalmente nesta segunda. Outras 32, segundo a pasta, fazem atendimento parcial e 86 unidades estão fechadas.