Rachadura na casa de José Henrique Brüning, morador de Rio Branco do Sul, causada pelo tremor de terra desta segunda-feira.| Foto: José Henrique Brüning/Divulgação

O terremoto que atingiu Rio Branco do Sul, na região metropolitana de Curitiba, na madrugada desta segunda-feira (18), assustou moradores da cidade - o tremor chegou a 3,5 graus na escala Richter, que vai de 0 a 9. Tanto que os moradores formularam diversas teses para explicar o fenômeno sem se dar conta que a cidade estava sendo chacoalhada por abalos sísmicos. A população chegou a confundir os tremores com explosões a caixas eletrônicos, comuns na cidade. Outros, acharam que era explosão de rocha em uma das várias pedreiras do município. Em clima de piada, houve ainda quem ligasse os abalos aos mísseis lançados pela Coreia do Norte – país que tem deixado o mundo em alerta com constantes testes de seu arsenal nuclear.

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“Minha primeira impressão foi que um carro tinha batido no prédio. Minha cunhada, que é minha vizinha, teve a mesma sensação. Aí a segunda impressão foi que tinha acontecido uma detonação de um caixa eletrônico”, relata o empresário Celso Carvalho, 52 anos, morador de Rio Branco do Sul. “É claro que aí começaram vários boatos e piadas, um inclusive falando que o tremor teria sido impacto de um míssil da Coreia do Norte nos Estados Unidos. Também ouvi dizer que uns poços artesianos, aqui em Rio Branco tem muito, estavam muito secos por causa da falta de chuva e teriam cedido com o tremor”, acrescentou o empresário.

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Apesar de não ter deixado feridos nem danos maiores, muita gente afirma que o terremoto desta madrugada provocou rachaduras nas casas. Uma delas foi a do marceneiro José Henrique Brüning, de 50 anos. Segundo ele, o tremor provocou uma pequena trinca na parede da casa onde mora. “A casa tremeu muito. Eu estava dormindo, o estrondo me acordou”, conta. “Verifiquei a casa toda e só essa leve trinca que encontrei. Eu pintei a casa há pouco tempo, então sei que essa rachadura não estava ali antes”, aponta Brüning.

Por ser em área de pedreiras: moradores de Rio Branco do Sul confundiram terremoto com explosão de rocha. 

O bombeiro Jefferson Veloso, que estava de plantão desde o início da noite de domingo em Rio Branco do Sul, relata que o tremor foi sentido por todos no batalhão. “Foi uma sensação estranha. Durou uns dois segundos, mas como as paredes aqui são grossas não houve nenhum dano”, disse.

Inicialmente, o Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) relatou tremores ainda mais fortes em Itaperuçu, município ao lado de Rio Branco do Sul, e São Jerônimo da Serra, no Norte Pioneiro. Mas após a revisão dos dados, confirmou a ocorrência do fenômeno apenas em Rio Branco do Sul .

Curitiba

A sensação de que a terra tremeu não ficou restrita a Rio Branco do Sul. Segundo o Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), que mediu os terremotos, o tremor foi sentido num raio de até 100 km do epicentro.

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No site do centro, internautas relataram a sensação de tremor em várias cidades da região metropolitana de Curitiba, como Itaperuçu, Almirante Tamandaré e Colombo. Em Curitiba também houve relatos.

“Eu estava assistindo à televisão e de repente começou a tremer. Parece igual como quando você está numa calçada e passa um caminhão pesado lado e você sente que treme”, contou o engenheiro Júlio Cesar Hezel, de 52 anos, que mora no bairro Campo Comprido, em Curitiba. Ele conta que o abalo – que durou cerca de cinco segundos – não foi forte o suficiente para derrubar objetos nem deixar estragos, mas, mesmo assim, chacoalhou a estrutura da casa.

A autônoma Aryadne Sabbagh, de 23 anos, disse que ficou assustada com o tremor. Moradora de Colombo, ela estava no bairro Santa Cândida por volta das 0h20. “Foi terrível a sensação. Foram segundos, mas não teve como não sentir. Parecia um trovão, mas sem o estrondo”, contou. De acordo com ela diversos amigos também tiveram a mesma sensação.

Ela disse que alguns amigos relataram barulho, mas Aryadne não ouviu nada. “As janelas e paredes tremeram. Fiquei esperando o barulho do trovão, mas não ouvi. Depois disso fiquei às claras, não consegui dormir mais até agora”, concluiu.

O radialista Leonardo Bechtloff, 32 anos, mora em Campo Magro e também sentiu o tremor. Segundo ele, foi como um deslocamento de ar, um trovão sem som. “É como quando uma bomba explode e vem aquela onda, aquele deslocamento de ar. Achei que poderia ser uma explosão em caixa eletrônico num banco ou posto de gasolina aqui perto”, relatou.

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Segundo Bechtloff foi uma sensação muito esquisita. “Eu senti, mas minha esposa não. Mas foi bem perceptível. Até os cachorros ficaram bem agitados”, concluiu.

*Colaborou Cecília Tümler